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Influência humana no clima é inquestionável, dizem cientistas

Washington - A responsabilidade humana no aquecimento global não pode ser questionada, segundo o rascunho do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças...

aquecimento global (©afp.com / Justin Sullivan)

aquecimento global (©afp.com / Justin Sullivan)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.

Washington - A responsabilidade humana no aquecimento global não pode ser questionada, segundo o rascunho do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), que vazou para a imprensa esta terça-feira.

"É muito provável que a influência humana no clima seja responsável por mais da metade do aumento da temperatura da superfície terrestre entre 1951 e 2010", destaca o IPCC no documento ao qual o jornal The New York Times teve acesso.

"Há um alto grau de confiabilidade para dizer que isto (a influência humana) provocou o aquecimento das águas oceânicas, o derretimento da neve e o gelo, e a cheia dos oceanos", destacou o IPCC, para o qual o nível das águas poderia aumentar 90 centímetros em 2100.

"Os cientistas estão cada vez mais convencidos, como demonstra a evidência científica cada vez mais forte, de que somos os principais responsáveis, não só pelo aquecimento global, mas também por muitas consequências que já estamos vendo, como inundações maiores, incêndios florestais mais devastadores, derretimentos recorde dos gelos e ondas de calor mais frequentes e intensas", disse à AFP o climatologista americano Michael Mann.

A linguagem adotada pelos especialistas do IPCC é mais forte do que o empregado no informe oficial da ONU, publicado em 2007.

O porta-voz do IPCC, Jonathan Lynn, afirmou em um comunicado que "o projeto de relatório provavelmente será modificado para levar em conta os comentários recebidos dos diferentes países nas últimas semanas".

Ele acrescentou que, "antes de sua aprovação", o relatório "será discutido por representantes governamentais e científicos durante uma reunião de quatro dias no final de setembro".

"É prematuro tirar conclusões do projeto de relatório", destacou.

Michael Mann, diretor do Centro de Ciências da Terra da Universidade da Pensilvânia, norte dos Estados Unidos, expressou a preocupação de que a versão final seja mais branda.

"Os cientistas que participam na elaboração do relatório do IPCC poderiam temer ser muito brutais sobre o futuro impacto do aquecimento global, desatando ataques de céticos das mudanças climáticas", acrescentou.

"Acredito que estas pressões, junto com a resistência natural dos cientistas em chegar a conclusões taxativas demais, o relatório final do IPCC poderia minimizar o fator humano das mudanças climáticas", advertiu o climatologista.

Mas Christopher Field, cientista do Instituto Carnegie para a Ciência, que participou da elaboração dos relatórios anteriores do IPCC, o painel considera todos os pontos de vista científicos plausíveis.

"Acho que o IPCC tem a tradição de ser muito conservador porque tem a ambição de ser exato", disse ao The New York Times.

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