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Indústria de carros autônomos enfrenta problemas após acidente com Uber

Aumenta a pressão para que a indústria de veículos autônomos prove que seus softwares e sensores são seguros

Uber: após acidente, aumenta a pressão para que a indústria de veículos autônomos prove que seus softwares e sensores são seguros (Aaron Josefczyk/Reuters)

Uber: após acidente, aumenta a pressão para que a indústria de veículos autônomos prove que seus softwares e sensores são seguros (Aaron Josefczyk/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de março de 2018 às 13h27.

Detroit - O acidente fatal envolvendo um carro com direção autônoma do Uber aumenta a pressão para que a indústria de veículos autônomos prove, na ausência de fortes padrões governamentais, que seus softwares e sensores são seguros, disseram especialistas do setor.

Montadoras incluindo a General Motors, empresas de tecnologia como Alphabet e empresas de serviços de transporte como Uber Technologies têm pedido que legisladores nas esferas federal e estadual dos Estados Unidos não imponham uma regulação pesada sobre a indústria ainda em desenvolvimento. Essas empresas disseram que seus amplos testes demonstram compromisso com a segurança.

No entanto, o acidente com o carro do Uber em Tempe, no Arizona - que resultou na primeira morte atribuída a um carro operado em modo autônomo - deu munição a críticos da indústria receosos de que a falta de padrões claros permita que os produtores incorram em falhas nos testes ou que coloquem nas ruas tecnologia desenvolvida parcialmente.

Executivos da indústria haviam começado muito antes do acidente de domingo a enfrentar questões sobre se os carros autônomos são confiáveis. Eles abriram os métodos dos testes, mas sem entregar os segredos de seus sistemas.

A divulgação dos dados dos testes é inconsistente e varia conforme o Estado. A Califórnia, por exemplo, exige que produtores reportem exemplos quando um sistema de veículo autônomos desliga. Já o Arizona não tem essa exigência.

"Não há dúvida de que as regulações estão a caminho", disse Doug Mehl, sócio da empresa de prática automotiva A.T. Kearney. "Mas agora (montadoras), desenvolvedores de software e fornecedores de serviço têm uma oportunidade de formar essas regulações."

A Waymo, divisão de carro autônomo da Alphabet, por exemplo, revelou em um relatório que seus veículos autônomos já percorreram 5 milhões de milhas em testes no mundo real e bilhões mais em simulações de computador. A unidade Cruise Automation da GM destacou sua decisão de ensinar seus sistemas de direção a navegar nas ruas congestionadas de San Francisco.

Apesar disso, Amnon Shashua, chefe da Mobileye, unidade de sistemas de visão da Intel, disse que a indústria precisa fazer mais. Ele pediu que a indústria de veículos autônomos desenvolva garantias de segurança que possam ser comprovadas.

"Nós precisamos provar que esses veículos são muito, muito mais seguros do que os humanos", disse Shashua à Reuters. "Como você vai garantir que tem uma tecnologia cuja probabilidade de fatalidade por hora de direção é mil vezes menor do que a (direção) humana? Ninguém fala sobre isso porque ninguém sabe o que fazer."

A maioria dos veículos autônomos são equipados com sensores de radar e de lidar (sigla em inglês para Light Detection And Ranging), que usam lasers para detectar obstáculos ao redor do veículo. Ainda não há padrões federais especificando como esses sistemas deveriam funcionar e o Congresso e reguladores federais ainda estão debatendo fazer isso.

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