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Índia põe 104 satélites em órbita com um foguete e bate recorde

O recorde anterior de lançamentos simultâneos estava nas mãos da Rússia, que em junho de 2014 havia colocado em órbita 39 satélites

Lançamento de foguete com satélites da missão PSLV-C37 na plataforma de Sriharikota, na Índia, em 15/02/2017 (Arun Sankar/AFP)

Lançamento de foguete com satélites da missão PSLV-C37 na plataforma de Sriharikota, na Índia, em 15/02/2017 (Arun Sankar/AFP)

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AFP

Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 11h06.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2017 às 11h57.

A Índia colocou em órbita nesta quarta-feira 104 satélites com um único foguete, anunciou a agência espacial do país, um novo recorde mundial.

Às 09h28 (01h58 de Brasília), um lançador orbital PSLV (Polar Satellite Launch Vehicle) deixou a plataforma de Sriharikota (sudeste da Índia) transportando um satélite indiano de observação da Terra de 714 quilos e 103 nano-satélites, em sua maioria de países estrangeiros, de um peso total de 664 quilos.

Após meia hora de ascensão a 27.000 km/h, a Organização de Investigação Espacial indiana (ISRO) anunciou que a missão foi um sucesso.

"A missão PSLV-C37/Cartosat-2 Series lançou com êxito os 104 satélites", tuitou a ISRO.

"Minhas mais sinceras felicitações às equipes da IRO", declarou, por sua vez, o diretor da agência espacial indiana, Kiran Kumar.

O recorde anterior de lançamentos simultâneos estava nas mãos da Rússia, que em junho de 2014 havia colocado em órbita 39 satélites.

É um "êxito excepcional", declarou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que busca que o país se torne uma verdadeira potência espacial.

Este lançamento "é um novo momento de orgulho para nossa comunidade científica espacial e para a nação", tuitou o primeiro-ministro nacionalista.

Administrar simultaneamente uma quantidade tão grande de satélites - por mais leves que sejam - exige uma precisão extrema, afirmam os especialistas.

"Lançar tantos satélites ao espaço de uma só vez é um desafio técnico porque eles não têm a mesma trajetória", indicou Mathieu J Weiss, representante do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) francês na Índia.

"Além disso, é preciso evitar que se toquem no momento do lançamento", acrescentou Weiss.

O mercado do lançamento de satélites comerciais não para de crescer, em um contexto no qual a telefonia, a internet e as empresas precisam cada vez mais de meios de comunicação.

A Índia, cujo programa espacial é conhecido pela otimização dos gastos, compete diretamente neste setor com outros atores internacionais.

Em particular, enfrenta a emergência de sociedades privadas especializadas, o chamado movimento de empreendedores do "new space" (novo espaço), como SpaceX ou Blue Origin.

Desde o início do programa de lançamento de satélites comerciais, em 1999, a ISRO havia colocado em órbita até hoje 79 satélites estrangeiros.

A Índia soube combinar confiabilidade e redução de custos para "assumir um lugar no mercado espacial mundial", opinou Ajay Lele, do Instituto de Estudos e Análises de Defesa de Nova Déli.

Em 39 missões, o lançador PSLV sofreu apenas um acidente, em seu primeiro lançamento, em 1993.

O programa espacial indiano, lançado nos anos sessenta, chamou a atenção do mundo em 2014, quando conseguiu colocar uma sonda em órbita em torno do planeta Marte.

O projeto custou apenas 73 milhões de dólares, menos que o filme "Gravidade" e apenas 10% do que a Nasa pagou por uma missão similar.

Símbolo da conquista indiana do espaço, Mangalyann, como os indianos chamam popularmente a sonda cujo nome oficial é MOM (Mars Orbiter Mission), aparece nas novas notas de 2.000 rúpias colocadas em circulação pelo governo.

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