Tecnologia

Império da OpenAI, do ChatGPT, deve gastar tanta energia quanto cidade de Nova York

OpenAI planeja construir data centers gigantescos que exigirão uma quantidade de energia 'inimaginável', aponta especialista

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 05h51.

As novas empreitadas da OpenAI, dona do ChatGPT, para construir data centers ainda maiores nos Estados Unidos podem custar caro — não só financeiramente, mas também em termos de energia elétrica gasta.

Isso porque Sam Altman, CEO da OpenAI, e seus parceiros anunciaram planos para um projeto de data centers que consumirão até 17 gigawatts de eletricidade por dia, o equivalente ao consumo combinado de grandes cidades como Nova York e São Diego durante os picos de demanda.

Segundo Andrew Chien, professor de ciência da computação na Universidade de Chicago, em entrevista à Fortune, essa quantidade de energia é praticamente inimaginável em comparação com os níveis de consumo atual.

O consumo de energia aumenta

Com a demanda por inteligência artificial disparando, a infraestrutura necessária para sustentar esses avanços tecnológicos também se expande a um ritmo acelerado.

A OpenAI, em parceria com a Nvidia, está construindo data centers gigantescos, que podem consumir uma quantidade de energia equivalente ao que países inteiros, como a Suíça e Portugal, usam durante picos de consumo, de acordo com Chien.

Segundo ele, por muitos anos, a computação era uma das menores fontes de consumo de energia em nossa economia. No entanto, com o avanço das tecnologias de IA, o quadro está mudando rapidamente. Chien alerta que, até 2030, a IA poderá ser responsável por até 12% da energia consumida globalmente.

O Texas, onde um dos projetos da OpenAI foi recentemente iniciado, opera com uma capacidade de cerca de 80 gigawatts. De acordo com Chien, o consumo dos novos data centers pode representar até 20% da capacidade total da rede do estado, que abastece não apenas indústrias e residências, mas também grandes refinarias e fábricas.

A energia nuclear como alternativa

Em um esforço para atender a essa demanda crescente, Altman tem se mostrado um forte defensor da energia nuclear, apontando a fissão e a fusão nuclear como as únicas fontes capazes de fornecer a quantidade constante e concentrada de energia necessária para alimentar os data centers de IA.

Mas especialistas como Chien e Fengqi You, professor de engenharia de sistemas energéticos da Universidade Cornell, disseram à Fortune que, embora a energia nuclear tenha um papel no futuro, ela não é uma solução rápida.

"A quantidade de energia nuclear que poderia ser adicionada à rede até 2030 é muito pequena em comparação com a demanda que os data centers de IA exigem", disse Chien. Segundo ele, no curto prazo, fontes como energia solar, eólica e gás natural serão essenciais.

Impactos ambientais

Além das questões energéticas, os impactos ambientais dos data centers também são altos.

O treinamento do modelo GPT-3, por exemplo, emitiu 502 toneladas de CO₂ em 2020, o equivalente a 250 voos entre Nova York e Londres.

Data centers que alimentam esses sistemas já consomem 1% da eletricidade mundial, e a previsão é de que esse número dobre até 2026, segundo a International Energy Agency (IEA).

Já uma resposta da DeepSeek gasta cerca de 17.800 joules de energia, o que equivale aproximadamente à energia elétrica necessária para assistir a um vídeo de 10 minutos no YouTube. Para Fabro Steibel, diretor-executivo do ITS-Rio, no entanto, a conta é distorcida.

“Os ganhos de economia de carbono com o uso da IA são muito maiores do que os impactos do seu consumo energético. A questão é acelerar o uso responsável, priorizando data centers movidos a energias renováveis e modelos mais eficientes", afirmou ele em entrevista à EXAME em março deste ano.

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