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Ilha artificial com réplica de aldeia indígena cubana está afundando

O projeto da aldeia, que também tem um hotel que recebe milhares de turistas todos os anos

taína guamá (Hauptstadtbalkon/flickr)

taína guamá (Hauptstadtbalkon/flickr)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 07h11.

A Aldeia Taína de Guamá, um centro turístico-cultural situado em uma ilha dentro de uma lagoa de Cuba, está ameaçada de afundar caso não sejam realizados trabalhos urgentes de restauração, revelou nesta terça-feira a TV local.

A ilha artificial foi construída em 1964 no meio da Lagoa do Tesouro, 150 km a sudeste de Havana, e nela se reproduz a vida cotidiana de uma aldeia taína - uma das comunidades aborígines de Cuba na chegada dos espanhóis, há cinco séculos -, mediante umas 20 estátuas de Rita Longa (1912-2000), principal escultora cubana do século XX.

"Se não tentarmos recuperar (a ilha), com os anos vai desaparecer porque a lagoa está sendo consumida", declarou à televisão o escultor Urbano Bouza, que foi ajudante de Longa.

O projeto da aldeia, que também tem um hotel que recebe milhares de turistas todos os anos, foi lançado pelo ex-presidente Fidel Castro e Longa, mas há 25 anos não são feitos trabalhos de restauração na ilha, segundo a TV.

"Até agora temos conseguido conservação das estátuas, mas não tem sido possível o aterro da Aldeia Taína. Hoje em Guamá não estão a grua, a draga e a brigada de manutenção" que faziam estes trabalhos, disse à televisão Nadiesda Santamaría, diretora do parque turístico.

Uma das estátuas, que representa uma mulher fazendo tarefas domésticas nas margens da água, foi resgatada mais de uma vez depois de ficar submersa com o afundamento da ilha e a erosão de sua costa, segundo o informe.

Os taínos eram o povo indígena mais desenvolvido de Cuba dos três existentes na chegada dos espanhóis e foram exterminados em poucos anos pelos conquistadores e devido a doenças trazidas do Velho Mundo, além de suicídios coletivos para evitar a escravidão.

O parque Guamá, na Ciénaga de Zapata, constitui um dos sítios mais visitados pelos 2,8 milhões de turistas estrangeiros que anualmente chegam a Cuba. O local fica muito perto da Baía dos Porcos.

"Independentemente da situação econômica do país neste momento, é preciso procurar uma solução, pois é o processo (de erosão) é irreversível e vamos perdê-la", disse o vice-diretor do parque, Luis Betancourt, à emissora.

O turismo, que aporta mais de 2,5 bilhões de dólares anuais, é a segunda fonte de renda de Cuba, depois da exportação de serviços profissionais, sobretudo médicos, cujo aporte beira os 9 bilhões de dólares.

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