IBM é acusada de infiringir leis de concorrência (Sean Gallup/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2010 às 13h19.
Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) abriu hoje duas investigações formais sobre o grupo de informática americano IBM, ao suspeitar que a companhia poderia ter infringido a legislação comunitária sobre concorrência em dois casos diferentes.
As duas práticas comerciais que poderiam indicar por parte da IBM um abuso da posição dominante, ou seja, do controle de pelo menos 20% de mercado, afetam os negócios dos servidores centrais, explicou o Executivo comunitário em comunicado.
A Comissão decidiu a abertura da primeira investigação formal por conta das queixas apresentadas por distribuidores de programas de informática, que afirmam que a IBM "une o material para servidores centrais a seu próprio sistema de exploração de ditos servidores", segundo a CE.
A segunda investigação é iniciativa própria do organismo, e tem relação com "o suposto comportamento discriminatório da IBM com relação a seus concorrentes que oferecem serviços de manutenção para servidores centrais".
Os dispositivos são computadores de grande potência empregados por várias empresas e instituições públicas de todo o mundo, destaca a CE, que estima que "a grande maioria dos dados empresariais mundiais é abrigada em servidores centrais".
No mundo todo em 2009, foram destinados aproximadamente 8,5 bilhões de euros para a compra de novos materiais e sistemas de exploração relacionados com os servidores centrais, dos quais 3 bilhões foram gastos no mercado europeu, segundo dados da Comissão.
A primeira das supostas práticas ilegais de IBM teria como consequência a exclusão do mercado dos provedores de tecnologias de emulação, que permitem aos usuários executar aplicações essenciais em equipes de marcas diferentes à companhia americana.
Em segundo lugar, a CE suspeita que a empresa dos Estados Unidos colocou em prática ações comerciais "visando blindar o mercado dos serviços de manutenção, evitando concorrentes potenciais no mercado, e em particular restringindo ou retardando o acesso às peças de substituição das quais a IBM é a única fornecedora".
No entanto, a decisão de hoje não significa que a Comissão disponha de provas das infrações, mas efetuará, segundo a própria entidade, "profundas investigações sobre o assunto".