Estrutura modular pode ser decisiva para superar os principais problemas da computação quântica atual: baixa potência computacional e propensão ao erro (Sergio Perez/Reuters)
Redator
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 15h00.
Na corrida para construir o primeiro computador quântico funcional até 2029, a IBM revelou nesta semana os supercomputadores Nighthawk e Loon, que representam um novo passo na tentativa de tornar esse tipo de máquina útil em aplicações práticas. Os potenciais impactos da tecnologia incluem avanços em ciência de materiais, desenvolvimento de novos medicamentos, inteligência artificial, entre outras áreas.
Com arquitetura modular, a empresa aposta em uma abordagem distinta da usada por concorrentes como o Google, que exige mais qubits – as unidades básicas de informação na computação quântica – e enfrenta maiores desafios de engenharia.
O diferencial dos novos sistemas está na conectividade entre qubits. No Loon, cada qubit se conecta a outros seis, com ligações que se estendem verticalmente — algo inédito em computadores quânticos com qubits supercondutores. Já o Nighthawk tem conectividade de quatro vias.
Essa estrutura pode ser decisiva para superar os principais problemas da computação quântica atual: baixa potência computacional e propensão ao erro. Segundo Jay Gambetta, da IBM, testes preliminares mostraram que o Nighthawk já consegue executar programas 30% mais complexos do que os que rodam no modelo mais utilizado atualmente pela empresa.
O grande objetivo da área é agrupá-los nos chamados “qubits lógicos” – grupos de qubits que operam sem erro. A IBM afirma que sua estratégia exige menos qubits por grupo e pode evitar a necessidade de construir milhões de unidades para alcançar estabilidade.
Apesar de ainda serem necessários mais testes e benchmarks, especialistas avaliam que a maior conectividade é promissora, embora não resolva todos os desafios da escalabilidade.
Para o futuro, a IBM também busca aprimorar a leitura dos resultados de seus computadores e aumentar o tempo de coerência dos qubits — ou seja, o tempo em que permanecem úteis para cálculos, algo que tende a diminuir à medida que novas conexões são adicionadas.
A companhia planeja lançar em 2026 um computador quântico modular capaz de processar e armazenar informações, com base nos testes dos modelos Loon e Nighthawk. A expectativa é que essas máquinas aproximem a indústria de aplicações comerciais relevantes da computação quântica.