Servidor da IBM no Texas: há muitos usos ainda não desbloqueados para inteligência artificial (Ben Torres/Bloomberg/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 11 de maio de 2021 às 06h00.
Última atualização em 11 de maio de 2021 às 10h27.
A IBM começa nesta terça-feira,11, seu principal evento do ano com uma certeza: há muito ainda a ser explorado no segmento de inteligência artificial (IA) por empresas. O IBM Think 2021, que acontece completamente online, traz novidades da gigante na área de IA, computação quântica e computação em nuvem.
Entre os diversos anúncios, a empresa traz novas capacidades ao software Watson, que contará com o recurso Orchestrate, que permitirá automatizar tarefas para profissionais de áreas como vendas e recursos humanos, com até 50% do tempo recuperado para focar em temas estratégicos.
A empresa também lança um novo software voltado para computação quântica, um ramo que a IBM começou a explorar comercialmente em 2019 e que ainda têm muita perspectiva de crescimento. Chamado de Qiskit Runtime, ele deve aumentar o processamento do circuito quântico em até 120 vezes.
As novas ferramentas devem ajudar clientes a automatizar ainda mais processos nas empresas, algo que foi marginalmente alcançado até o momento.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela IBM, a adoção de inteligência artificial por empresas estagnou no último ano, apesar da pandemia, que forçou a digitalização de muitos negócios, ainda que investimentos nessa frente estejam planejados.
Em uma mesa redonda, o CEO da IBM, Arvind Krishna, afirmou que há muito potencial a ser desbloqueado no setor, além dos usos mais comuns de automação das empresas e de processamento de linguagem natural — muito utilizado para atendimento, por exemplo.
“Acredito que 2021 é o ano em que entramos na era digital completamente. A pandemia trouxe 10 anos de aceleração digital em 1 ano. Estamos repensando processos, fluxos de trabalho, trazendo automação, desbloqueando valor de todos os dados”, disse. “Assim como a eletricidade no século passado, a inteligência artificial estará em todos os negócios neste século.”
O executivo falou também de segurança e justiça por trás da inteligência artificial — temas caros à IBM, que frequentemente fala sobre a necessidade de programas e desenvolvimento de tecnologia responsável e já afirmou que acredita que IA não deve ser usada para reconhecimento facial e vigilância, por exemplo. “Quem monta os sistemas inteligentes é o ser humano. É uma questão cultural e de processo. O que temos feito é procurar, na criação de componentes básicos, remover todo tipo de viés”, afirmou Katia Vaskys, presidente da IBM no Brasil.
A executiva assumiu o comando da empresa no país em janeiro, em meio a um foco maior na inteligência artificial e no uso de computação em nuvem — especialmente nuvem híbrida, que combina uso de processamento e armazenagem em servidores de empresas terceirizadas com servidores próprios. Desde então, Vaskys vem coordenando a transição e criação da Kyndryl, empresa que herdará o negócio de serviço de infraestrutura.
Além das novidades em inteligência artificial, a IBM anunciou recentemente tecnologia inédita que permitirá processadores com arquitetura de 2 nanômetros, aumentando a capacidade de processamento e reduzindo o tamanho dos chips. Com as novidades em inteligência artificial, super-computação e engenharia, a IBM se consolida como uma grande competidora no setor. “No final das contas a tecnologia é fácil, ela é abundante, está mais barata e está permeando tudo que fazemos. A diferença está em como você aplica de maneira inteligente todo esse potencial”, finaliza Vaskys.