Debate sobre IA na OAB: Ronaldo Lemos, cofundador e cientista chefe do ITS; Rafael Costa, CEO do JusBrasil; Leonardo Sica, vice-presidente da OAB-SP; e Matheus Goyas, CEO da Trybe (Trybe/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 26 de setembro de 2024 às 16h15.
O avanço no desenvolvimento da inteligência artificial (IA) tem impulsionado uma verdadeira revolução nos mais diversos setores: saúde, finanças, educação, negócios, marketing... E a área jurídica não é exceção. À medida que as ferramentas com IA generativa avançam, é natural que elas também passem a fazer parte do dia a dia dos profissionais de direito.
Para David Wilkins, diretor do Center on the Legal Profession da Harvard Law School, a inteligência artificial generativa tem potencial para transformar a prática do direito, especialmente por contribuir para um aumento na produtividade e redução no tempo gasto em tarefas rotineiras e repetitivas.
“Em minhas conversas com advogados nos últimos anos, percebi que os profissionais começaram muito céticos sobre usar a IA no trabalho diário de advocacia. E agora, cada vez mais, os profissionais estão mais confortáveis em usá-la em uma ampla gama de configurações”, analisa o especialista em entrevista ao Harvard Law Today.
Os números reforçam a tendência apontada por Wilkins. Uma recente pesquisa realizada pela empresa de dados e análises LexisNexis, com quase 8 mil advogados dos Estados Unidos, do Canadá, do Reino Unido e da França, mostra que dos profissionais entrevistados quase metade acredita que a IA generativa transformará significativamente seus negócios.
Nesse cenário de expansão da IA generativa, cresce também a necessidade de os profissionais jurídicos aprenderem mais sobre a tecnologia, especialmente sobre como utilizá-la na prática. Ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI, e o Copilot, da Microsoft, podem ajudar na construção e revisão de conteúdos como documentos legais, contratos, resumos ou memorandos, por exemplo.
No entanto, é necessário que o advogado responsável seja assertivo nos prompts (comandos) dados à IA, a fim de garantir o entendimento do contexto pela ferramenta, a expectativa em relação à resposta e a assertividade nas informações geradas.
Naturalmente, essa adaptação ao uso da IA no dia a dia jurídico exige um maior entendimento da tecnologia, inclusive desde a formação dos profissionais. É necessário que os advogados sejam expostos às diferentes situações nas quais o uso da IA pode ser aplicado, assim como serem apresentados às ferramentas adequadas para cada um desses cenários. Por fim, a prudência no uso dessas ferramentas é fundamental para um uso assertivo e correto das plataformas.
Entender como a tecnologia funciona também vai ajudar a decidir quando e como utilizar a IA.
Seguindo a tradição de contribuir para o aprendizado de tecnologia, a Trybe, escola online de tecnologia e inteligência artificial, está auxiliando os profissionais de direito a conseguir aplicar IA em suas práticas de trabalho, considerando questões éticas e legais de privacidade.
A empresa, em parceria com OAB SP, Jusbrasil e ITS, lançou o curso introdutório gratuito IA generativa aplicada ao direito. Segundo a Trybe, o conteúdo atraiu mais de 20 mil inscritos antes mesmo do lançamento, sendo considerado pela OAB-SP o curso com o maior número de inscritos dessa gestão.
A grande procura pelo curso mostra que os profissionais brasileiros têm interesse não apenas no tema, mas em estarem preparados para a advocacia do futuro.
“Ao aprender os conceitos e a utilizar as ferramentas de IA generativa, os profissionais podem trabalhar de forma mais estratégica e produtiva. Além disso, o curso aborda confiança e responsabilidade no uso da IA, garantindo que os advogados utilizem essas tecnologias sem comprometer a qualidade do trabalho, questões éticas e de privacidade”, explica Matheus Ganem, diretor de aprendizagem da Trybe.
Segundo a Trybe, a iniciativa visa preparar advogados para o futuro da profissão, promovendo uma prática moderna e inovadora.
O curso estará disponível gratuitamente até o dia 31 de outubro de 2024. Clique aqui para se matricular.
A escola também foi procurada por escritórios de advocacia para a construção de formações personalizadas . É o caso dos escritórios Azevedo Sette Advogados e Ayres Ribeiro, que desenvolveram, em parceria com a Trybe, treinamentos que oferecem ferramentas para a aplicação de IA no dia a dia dos profissionais dos escritórios que atuam em diferentes áreas do direito.
Os conteúdos são adaptados para atender as necessidades específicas dos escritórios , garantindo um resultado assertivo às demandas de cada um.
“É uma ferramenta que veio para ficar e que vai nos ajudar muito no dia a dia. Ficamos muito satisfeitos com a atuação da Trybe desde a contratação até a seleção do conteúdo programático, com professores extremamente dedicados e didáticos”, diz Bruna Bouissou, sócia do escritório Azevedo Sette Advogados.