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HomePod não é o sucesso que a Apple esperava

Em outras ocasiões, a Apple chegou atrasada, mas conquistou o mercado com produtos de qualidade. Mas, com o HomePod, parece ser diferente

HomePod: produto recém-lançado da Apple não animou consumidores (Mark Kauzlarich/Bloomberg)

HomePod: produto recém-lançado da Apple não animou consumidores (Mark Kauzlarich/Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 12 de abril de 2018 às 12h30.

Quando o HomePod, o alto-falante inteligente da Apple, começou a ser vendido em janeiro, ele entrou em um mercado inaugurado e dominado pela linha de dispositivos Echo, da Amazon, com a assistente digital Alexa. A Apple, que em outras ocasiões chegou tarde e mesmo assim superou a concorrência com produtos melhores, vem alardeando a qualidade de som superior do HomePod. Essa característica é comprovadamente boa, mas até agora não conseguiu convencer muitos consumidores a desembolsar US$ 349.

No final de março, a Apple reduziu as projeções de vendas e diminuiu alguns pedidos à Inventec, uma das fabricantes que produzem o HomePod para a Apple, segundo uma pessoa a par do assunto.

A princípio, parecia que o HomePod poderia ser um sucesso. As encomendas antecipadas foram fortes e, na última semana de janeiro, o dispositivo conquistou cerca de um terço do mercado de alto-falantes inteligentes dos EUA em vendas de unidades, de acordo com dados fornecidos à Bloomberg pela Slice Intelligence. Mas quando o HomePod chegou às lojas, as vendas estavam caindo, segundo o principal analista da Slice, Ken Cassar. "Mesmo quando as pessoas puderam escutar com esses aparelhos", disse ele, "isso não rendeu outro pico para a Apple".

Durante as primeiras dez semanas de vendas do HomePod, ele conquistou 10 por cento do mercado de alto-falantes inteligentes, em comparação com 73 por cento para os dispositivos Echo, da Amazon, e 14 por cento para o Google Home, de acordo com a Slice Intelligence. Três semanas após o lançamento, as vendas semanais do HomePod caíram para cerca de 4 por cento da categoria de alto-falantes inteligentes, em média, segundo a empresa de pesquisa de mercado. O estoque está se acumulando, de acordo com vendedores de lojas da Apple, que dizem que algumas filiais estão vendendo menos de 10 unidades do HomePod por dia. A Apple não quis comentar.

A Apple teve a oportunidade de colocar o HomePod no centro de um novo ecossistema de casa inteligente e outros aparelhos que não estão colados ao iPhone. Mas o pequeno alto-falante sem fio não é esse produto. Embora o HomePod ofereça a melhor qualidade de áudio disponível no mercado, os consumidores descobriram que ele é extremamente dependente do iPhone e é limitado como assistente digital.

Shannon Cross, uma analista de longa data da Apple, diz que os consumidores supunham que o HomePod seria capaz de fazer muitas das coisas que o Echo e o Google Home fazem, como responder a perguntas, pedir pizza e muito mais. Em vez disso, o HomePod se limita a reproduzir músicas da Apple Music, controlar um número restrito de eletrodomésticos inteligentes otimizados pela Apple e enviar mensagens através de um iPhone. Este é um grave motivo de desincentivo, diz Cross, porque o alto-falante da Apple custa US$ 200 a mais que a maioria dos alto-falantes inteligentes.

Apesar de ter todos os ingredientes para se tornar um sério concorrente do Echo - que inclui Siri e App Store -, a Apple nunca viu o HomePod como algo além de um mero acessório, como os fones de ouvido AirPods, de acordo com pessoas que trabalharam no produto. Quando o Echo estreou há quatro anos, enquanto os engenheiros da Apple trabalhavam nas primeiras versões do HomePod, seus chefes continuavam vendo o produto como um alto-falante de alta qualidade, em vez de um assistente digital controlado por voz para o lar.

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