Cinema: filmes seriam oferecidos via straming, como Netflix (Reprodução/Thinkstock)
Lucas Agrela
Publicado em 31 de maio de 2017 às 12h28.
São Paulo -- Se você usou a internet nos anos 1990, deve saber que o Napster mudou a indústria da música por promover a troca de álbuns online gratuitamente. Agora, seu criador, Sean Parker--que ajudou também o Facebook a ser o que é hoje--, quer permitir que você alugue filmes que ainda estão em cartaz no cinema e comprou uma briga com Hollywood por conta disso.
Diretores como Christopher Nolan e James Cameron, além de Kevin Tsujihara, presidente do conselho e CEO da Warner Bros., se posicionaram contra a empresa de Parker, que é chamada Screening Room. Apenas quem era acionista da companhia, como Steven Spielberg, apoiou o projeto.
Basicamente, Parker quer evitar que você precise sair de casa para ver um filme novo. Seria como um Netflix, mas com filmes de cinema e com vídeos vendidos por unidade. Bastaria que você pagasse o valor de 50 dólares para ter acesso a um dos últimos lançamentos pelo período de 48 horas. Inicialmente, o projeto seria lançado nos Estados Unidos.
Porém, desde que Parker anunciou sua iniciativa, no ano passado, as novidades sobre o Screening Room começaram a minguar. Agora, o Business Insider reporta que o projeto teve um revés por parte de Hollywood e pode não decolar.
Por quê? Os estúdios de cinema não querem entregar seus filmes para Parker. Eles querem lançar seus próprios serviços desse modelo que é chamado internacionalmente de vídeo premium sob demanda.
O modelo que a Screening Room propõe é de ficar com 10% do valor de cada venda, sendo que 20% vão para a distribuidora de filmes e até 20 dólares vão para uma cadeia de cinema participante do projeto. Os estúdios de cinema não estão a fim de dividir o dinheiro com a Screening Room.
Mais um entrave para o projeto de Parker--como como semelhantes--é que a maior parte dos ganhos dos filmes novos vem das duas primeiras semanas de exibição em cinemas.
Por isso, o rumor é que empresas como Fox e Warner Bros. querem propor um modelo diferente: cobrar 30 dólares por filme após ele já estar nos cinemas por 30 dias. Esse modelo deve ser replicado na indústria com pequenas alterações.
Outro problema para a empresa do criador do Napster se chama Apple. A gigante do hardware também tem não um, mas dois pés no meio audiovisual por causa do iTunes. A Bloomberg reportou, no fim do ano passado, que a Apple estaria tentando firmar acordos de aluguéis de filmes online após duas semanas de lançamento nos cinemas.
Seja por meio da empresa de Parker, pelo iTunes ou pelos próprios estúdios de cinema, o vídeo premium sob demanda vem aí--e pode ajudar a combater a pirataria de filmes.