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“Hiato” no aquecimento global entre 1998 e 2012 nunca aconteceu, diz estudo

Taxa de aquecimento do planeta não ficou mais lenta nos últimos 15 anos, ao contrário do que afirmou estudo da ONU

Aquecimento Global (David McNew/Getty Images)

Aquecimento Global (David McNew/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 05h59.

O aquecimento global não ficou mais lento, como se imaginava. A humanidade é que estava medindo a temperatura do planeta do jeito errado, segundo um estudo publicado nesta quinta (4) pela revista Science.

Em 2013, uma pesquisa sobre a mudança climática feita pela ONU descrevia uma estranha contradição: os gases do efeito estufa estavam cada vez mais presentes na atmosfera, mas a temperatura da superfície da Terra não estava aumentando na mesma velocidade.

Pesquisadores passaram anos tentando explicar esse fenômeno, chamado de “hiato no aquecimento global” e usado pelos céticos como a prova de que os alertas sobre as mudanças climáticas são exagerados.

O novo estudo, porém, sugere que não houve redução no aquecimento global nos últimos 15 anos. Sim: esse “hiato” nunca aconteceu. De acordo com os resultados da pesquisa publicada na quinta, os resultados que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) foram colhidos de forma incorreta, levando a distorções no resultado final

Em 2013, o IPCC disse que, entre 1998 e 2012, a temperatura global aumentou de forma mais lenta do que entre 1951 e 2012. Segundo o novo estudo, a temperatura entre 1998 e 2012 aumentou quase duas vezes mais rapidamente do que o primeiro estudo dizia.

”Nossa analise diz que nunca houve um hiato”, diz Russell Vose, chefe de ciências climáticas da agencia americana que cuida dos oceanos e atmosfera (NOAA, em inglês) e coautor do estudo.

Os pesquisadores da NOAA usaram o dobro de fontes de informações geralmente usadas. Ao fazer isso, eles consideraram variações nas formas como essas temperaturas são coletadas, fatores que o IPCC não considerou. 

Os pesquisadores também alegam que a decisão do IPCC de usar 1998 como início do hiato alterou os resultados. Aquele ano foi marcado por uma ocorrência extrema do El Niño, quando a superfície do mar se aquece de forma incomum.

Fonte: Science

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