"O site do IBGE sofreu uma invasão na madrugada e agora decidimos retirá-lo do ar para uma análise melhor pela diretoria de informática", afirmou Sílvia Maia, do instituto (Reprodução/IBGE)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2011 às 13h34.
Rio de Janeiro - O site do IBGE foi alvo de hackers e ficou fora do ar nesta sexta-feira, em mais uma ação desse tipo contra sites do governo brasileiro na Internet.
A página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Internet aparecia desde a madrugada com o título "IBGE Hackeado - Fail Shell". Logo abaixo, foi publicada uma imagem de um olho humano, nas cores da bandeira nacional e com a inscrição "Ordem e Progresso".
A página apresentava ainda uma mensagem dizendo que este mês o governo "vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell".
Segundo o texto, esses ataques são uma forma de protesto "de um grupo nacionalista que deseja fazer do Brasil um país melhor". Havia ainda uma observação em relação a importantes grupos de hackers, como LulzSec e Anonymous, ressaltando que no Brasil "não há espaço para grupos sem ideologia".
Ainda pela manhã, a página do IBGE na Internet ficou inacessível, e as mensagens foram retiradas.
"O site do IBGE sofreu uma invasão na madrugada e agora decidimos retirá-lo do ar para uma análise melhor pela diretoria de informática", afirmou a chefe de comunicação do instituto, Sílvia Maia. Segundo ela, o banco de dados do IBGE não foi afetado.
Na quinta-feira, o site da Presidência, que hospeda informações que são públicas e não sigilosas, sofreu "acessos simultâneos" que tiraram o portal do ar. Segundo uma porta-voz do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a ação não foi para roubar dados.
A Presidência informou que foram feitos serviços de manutenção em alguns sites do governo para deixá-los mais seguros contra acessos de hackers.
A página do Ministério do Esporte também foi alvo dos ataques e esteve fora do ar por boa parte do dia.
O grupo de hackers denominado LulzSecBrazil afirmou no microblog Twitter na quinta que copiou dados protegidos no site do ministério, mostrando supostas diferenças entre contribuições e recebimentos de dinheiro do governo federal em Estados que serão sede dos jogos da Copa do Mundo, em 2014.
Além disso, o grupo divulgou dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O mesmo grupo reivindicou na quarta-feira a autoria de um ataque ao site da Petrobras, que ficou fora do ar. O grupo também tentou invadir, sem sucesso, o site da Presidência e da Receita Federal, segundo o governo.