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Guerra dos chips: China impede Intel de comprar empresa de processadores

Negociação de US$ 5,4 bilhões é mais uma no setor de semicondutores a enfrentar obstáculos gerados por Pequim

 (David Becker / Colaborador/Getty Images)

(David Becker / Colaborador/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 16 de agosto de 2023 às 09h08.

Última atualização em 16 de agosto de 2023 às 09h09.

A Intel anunciou nesta quarta-feira, 16, que encerrou os esforços para adquirir a fabricante israelense de chips, Tower Semiconductor, devido à incapacidade de obter aprovação regulatória na China para a transação avaliada em US$ 5,4 bilhões.

A órgão de concorrência de Pequim têm analisado minuciosamente transações que poderiam ampliar o controle de Washington sobre a cadeia de suprimentos de semicondutores.

Para a China, vale a regra de que, se uma fabricante nacional desejar comprar a Tower Semiconductor hoje, os reguladores de outros países também seriam contra.

Planos frustrados

Ao ser anunciado em fevereiro do ano passado, a Intel projetava a conclusão da transação em 12 meses, porém, admitiu imprevistos no decorrer deste ano.

Como resultado da desistência, a Intel pagará uma multa de US$ 353 milhões à Tower. Em comunicado, a Tower afirmou que a decisão foi tomada em comum acordo com a Intel.

Em abril, o CEO da Intel, Pat Gelsinger, mencionou ter dialogado com reguladores durante visita à China, destacando esforços para concluir a transação, sem especificar prazos. O prazo final para a efetivação foi em 15 de agosto.

Recentemente, a expectativa do mercado era de que a aquisição da Tower não se concretizasse. As ações do grupo israelense nos EUA foram negociadas abaixo do preço de compra proposto de US$ 53 por ação, encerrando com desconto de 36% na terça-feira.

Na Bolsa de Valores de Tel Aviv, as ações da empresa caíram 9% ao meio-dia de quarta-feira.

Este revés segue a decisão da Intel de ampliar investimentos em Israel, comprometendo-se com um adicional de US$ 15 bilhões para expansão em Kiryat Gat.

Esse projeto acompanha uma série de grandes investimentos da Intel, incluindo uma unidade de US$ 20 bilhões na Alemanha e outras nos EUA e Irlanda, visando concorrer com a TSMC de Taiwan.

Para a Intel, a não concretização é um contratempo em seus esforços para produzir chips para terceiros, buscando acompanhar líderes como TSMC e Samsung.

A situação também ressalta as tensões entre Washington e Pequim, afetando as operações da empresa na China, seu maior mercado, que representou 27% de suas vendas de US$ 63 bilhões no ano passado.

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