EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2010 às 19h32.
San Francisco - O Google transferiu seu serviço de buscas chinês para Hong Kong nesta segunda-feira, buscando fornecer resultados de pesquisas não censurados a internautas chineses ao mesmo tempo em que tenta manter suas operações no país.
O Google afirmou que o tráfego de seu site de buscas chinês google.cn está sendo redirecionado ao site google.com.hk, após negociações mal-sucedidas com Pequim sobre a possibilidade de operar um serviço de buscas não censurado na China.
A medida é tomada em meio a um aumento nas tensões entre a China e os Estados Unidos sobre uma série de questões, desde a liberdade na Internet até a taxa de câmbio do yuan, e de sanções econômicas contra o Irã e vendas de armas norte-americanas em Taiwan.
"O governo chinês foi claríssimo ao longo das negociações de que nossa autocensura é uma exigência legal não negociável", disse o Google em comunicado divulgado em seu blog oficial nesta segunda-feira.
O Google afirmou que pretende manter suas operações de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e sua presença comercial no país, alertando que o tamanho de sua equipe de vendas depende parcialmente em se usuários chineses consigam ou não acessar a versão de Hong Kong do site de buscas.
Hong Kong, que é uma ex-colônia britânica, é uma região administrativa da China e conta com maior liberdade -- incluindo Internet não censurada-- que o resto do país.
O Google já indicou sua intenção de se retirar da China, maior mercado de Internet do mundo em número de usuários, em janeiro, quando anunciou ter detectado um ataque a seus sistemas por hackers, que diz ter se originado na China.
A censura da Internet se tornou uma fonte de tensões entre China e Estados Unidos, com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton lançando um chamado em janeiro pela defesa da liberdade na Internet em todo o mundo, citando a China, entre outros países, como exemplo.
O Google gera uma pequena parte de sua receita anual de quase 24 bilhões de dólares na China, onde fatia de mercado da empresa é significantemente menor que o site de buscas chinês Baidu. Mas a China representa uma oportunidade de crescimento importando para o Google, que vê seu crescimento acelerado em mercados como os EUA ou a Europa Ocidental perder força.
O Google anunciou nesta segunda-feira sua decisão de redirecionar o tráfego de seu site chinês à sua página não censurada "inteiramente legal" de Hong Kong, em chinês simplificado, desenvolvido especificamente para usuários do resto do país.
Mas a empresa admite que o governo chinês pode bloquear o acesso ao serviço, que inclui buscas, notícias e imagens, a qualquer momento.
Leia as últimas notícias sobre o Google