Agência de notícias
Publicado em 13 de abril de 2024 às 08h07.
O Google anunciou nesta sexta-feira, 12, que iniciou um teste para retirar os links que direcionam os usuários para sites de notícias do estado americano da Califórnia, em protesto contra um projeto de lei que prevê o pagamento de uma remuneração aos veículos de imprensa.
A empresa do Vale do Silício se prepara para a possível aprovação da Lei de Preservação do Jornalismo da Califórnia (CJPA), que obrigaria o Google a pagar para conectar os usuários do estado a artigos jornalísticos, informou em seu blog o vice-presidente da Google Global News Partnerships, Jaffer Zaidi, que chamou a medida de "imposto sobre o link".
A CJPA foi aprovada pela Assembleia da Califórnia em junho passado e é analisada pelo Senado do estado. "Como dissemos quando outros países consideraram propostas semelhantes, a exposição financeira ilimitada criada pela CJPA seria inviável", alegou Zaidi. "Se promulgada no formato atual, a CJPA criaria um nível de incerteza empresarial que nenhuma empresa poderia aceitar."
Em 2021, o Facebook bloqueou brevemente os artigos jornalísticos na Austrália, após a aprovação de uma lei semelhante. Posteriormente, a rede social e o Google concordaram em remunerar os veículos de imprensa.
Em 2022, um acordo foi fechado na França entre o Google, veículos e agências de notícias para permitir que conteúdo informativo seja visualizado em sua plataforma em troca de uma remuneração.
Em novembro passado, Canadá e Google assinaram um acordo no qual o gigante da publicidade na internet pagaria aos veículos daquele país US$ 100 milhões (R$ 512 milhões) por ano para compensar a perda de receita publicitária.
Os defensores de leis como essa argumentam que plataformas como Google e Facebook atraem os usuários com notícias e acumulam o dinheiro da publicidade digital, uma receita que, sem essa intermediação, iria para as redações.
O teste feito pelo Google envolve a retirada de links para sites de notícias que poderão ser cobertos pela lei, para medir seu efeito na plataforma, explicou Zaidi. O executivo afirma que apenas 2% das buscas feitas no Google são por notícias, e que os usuários consomem informações jornalísticas por meio de vídeos curtos, newsletters, podcasts e redes sociais.