Ficção: robôs que fazem tudo por você ainda estão distantes – mas nem tanto assim (O Homem Bicentenário/Reprodução)
Lucas Agrela
Publicado em 26 de março de 2017 às 08h00.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 12h11.
São Paulo – Larry Page, cofundador do Google, disse há mais de dois anos ao site da Wired que o Google não estava mais construindo uma simples ferramenta de buscas eficiente. A meta era criar uma inteligência artificial para ajudar as pessoas.
Os filmes de ficção ainda estão longe da realidade. Não veremos nos próximos anos um robô que limpa a sua casa ou lava sua louça, mesmo com os protótipos avançados da Boston Dynamics. Mas alguns resultados dos esforços do Google no campo da inteligência artificial já começaram a aparecer – e talvez você nem tenha notado.
O aplicativo Google Fotos é um bom exemplo. Ele pode organizar as suas fotos sem que você precise criar álbuns ou categorizá-las de alguma forma. Para isso, ele usa visão computacional, que utiliza algoritmos de inteligência artificial.
"Estamos usando a inteligência artificial para poupar o tempo das pessoas. Agora, podemos tornar possível algo que era impossível. Por exemplo, você pode encontrar rapidamente uma foto tirada três anos atrás no Google Fotos sem precisar manter uma organização impecável", declarou Ben Gomes, vice-presidente de buscas do Google a EXAME.com, durante coletiva de imprensa em São Paulo na última semana.
O Google Assistente ficou popular nos Estados Unidos por estar nos alto-falantes inteligentes chamados Google Home. Você pode fazer perguntas a ele e receber respostas em tempo real.
Mario Queiroz, vice-presidente de toda a divisão de hardware da empresa, explica como isso acontece. "Quando você faz uma busca no Google com o seu telefone ou notebook, você tem várias respostas que são links web e, em muitos, casos há uma resposta em cima. O Google Home consegue entender o que você está perguntando a ele e encontrar a resposta dentro de um site indexado, mas não estruturado", disse Queiroz.
Para Gomes, caminhamos para a última interface que precisaremos usar para falar com as máquinas: nossa voz.
"Hoje, temos que nos adaptar às interfaces. No futuro, será o contrário. Falar é como nos comunicamos com humanos. É uma forma natural de interagir. A tecnologia vai ficar mais natural. Não precisaremos digitar nada", declarou Gomes.
A meta do Google agora é otimizar os seus algoritmos de compreensão de fala natural. Quando isso acontecer, falar com um desses robôs do Google será tão simples quanto conversar com uma pessoa. Porém, a linguagem natural ainda é um dos maiores desafios da inteligência artificial, de acordo com a empresa.
Mas Queiroz lembra que o Google sempre otimiza seus produtos com dados anônimos de usuários. "Com isso, o Google fica melhor conforme você o usa", disse.
A companhia já anunciou planos de tornar o Google Assistente onipresente na vida dos usuários. Ele estará nos smartphones Android, no Google Home e talvez até no seu carro. Com isso, o futuro previsto por Ray Kurzweil (futurista e diretor de engenharia do Google) talvez não esteja tão longe assim dos filmes de ficção científica.