São Francisco - A Google Inc. planeja um impulso mais profundo no mercado americano de venda de energia, que movimenta US$ 363,7 bilhões, trabalhando em ferramentas que ajudam as usinas a fornecerem eletricidade de forma mais eficiente a residências e empresas, disseram fontes com conhecimento do assunto.
A operadora do mais popular motor de busca da internet está nas fases inicias de construção de ferramentas de software e hardware para gerenciar as linhas de energia e outros equipamentos de infraestrutura, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque o assunto é privado.
A tecnologia está sendo desenvolvida pela equipe de Acesso à Energia da Google e conduzida por Arun Majumdar, vice-presidente da unidade de energia da companhia, disseram as fontes.
A Google, uma grande consumidora de eletricidade para os servidores que comandam seus serviços, está buscando formas de transformar a indústria centenária de fornecimento, que tem enfrentado dificuldades para se adaptar às novas exigências para gestão e produção de energia.
À medida que energias renováveis como a solar e a eólica entram em serviço, as redes que transmitem eletricidade precisarão ser mais flexíveis e eficientes.
“Eles reconhecem que existe um enorme espaço aberto e que as empresas de energia não estão se preparando para a tarefa”, disse Steven Chu, ex-secretário do Departamento de Energia dos EUA, a respeito da Google, durante uma entrevista no mês passado em uma conferência sobre energia em Fremont, Califórnia. “Eles veem uma enorme oportunidade de mercado”.
Chu disse que não está familiarizado com os planos da Google e que expressou suas opiniões com base no que a empresa pode vir a fazer. Kelly Mason, porta-voz da Google, que tem sede em Mountain View, Califórnia, preferiu não comentar a respeito de seu projeto energético e sobre quem está gerenciando a iniciativa.
Projetos energéticos
Outras empresas também ingressaram no ramo de serviços de gestão energética. A ABB Ltd., a Siemens AG e a Alstom SA estão entre as companhias que oferecem ferramentas que podem ajudar as usinas a integrarem os sistemas de painéis solares e a responderem rapidamente a mudanças na demanda por eletricidade, como por exemplo nos dias quentes de verão, quando os aparelhos de ar-condicionado sobrecarregam a rede.
A Google, que também está financiando projetos de saúde, óculos computadorizados e carros autônomos, vem ampliando os investimentos nos últimos anos para tornar a energia mais limpa e eficiente.
No início deste ano a empresa investiu US$ 3,2 bilhões para adquirir a Nest Labs, uma companhia de termostatos digitais, e é um investidor da Atlantic Grid Development LLC, que tem um projeto desenvolvido para ajudar a fornecer eletricidade em Nova Jersey.
A Google também colocou mais de US$ 1 bilhão em projetos de energia verde nos EUA e ao redor do mundo. Isso inclui de tudo, desde parques eólicos em Oregon até iniciativas de energia solar na Alemanha.
Rede de energia
Os avanços em áreas como energia sustentável e gestão de energia residencial já começaram a ameaçar o modelo tradicional de negócio das usinas.
A maior parte da eletricidade agora é transferida de grandes estações de geração centralizadas para residências e empresas, fornecendo energia para aquecedores, laptops e liquidificadores.
Embora geralmente efetiva, essa abordagem aumentou as preocupações de ser potencialmente ineficiente, poluidora e cara -- especialmente se comparada com o movimento descentralizado de bits de informação na internet.
“A Google está trabalhando em soluções inovadoras para acesso a uma eletricidade limpa e de baixo custo”, diz uma oferta de emprego no site da Google. “A Google busca desenvolver tecnologias e produtos para atender oportunidades globais para fornecimento de energia por meio de uma infraestrutura nova e melhorada”.
Há pelo menos duas postagens ligadas ao projeto, citado como “Energy Access/Bottom Up Grid” -- uma oferta de emprego para um engenheiro de hardware em eletrônica de potência e outra para um engenheiro mecânico/térmico. O projeto tem previsão de chegar à “produção em massa”, segundo uma das ofertas.
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1. O lado verde da Googlelândia
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1/16 (Getty Images)
São Paulo – Em janeiro, o
Google investiu US$ 75 milhões em um parque eólico na região do Texas, nos Estados Unidos. Este é o décimo quinto negócio da gigante da internet envolvendo
energias renováveis. No total, a empresa diz já ter investido US$ 1 bilhão em projetos na área, que somam mais de 2GW. É
energia suficiente para abastecer meio milhão de casas americanas por um ano. Engana-se quem pensa que as investidas são uma simples ação ecofriendly, para ficar bem na foto. Como grande consumidor de energia, o Google já deixou claro que, além dos ganhos ambientais, o uso de energia
solar e
eólica tem um sentido financeiro no longo prazo. Atualmente, a energia renovável abastece mais de 34% das operações da empresa. De todas as alternativas para os combustíveis fósseis, a fonte eólica é a que mais tem atraído atenção do Google e também dos investidores. Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), a geração de eletricidade mundial a partir dessa fonte renovável deverá saltar dos atuais 2,5% de participação na matriz para uma senhora fatia de 18%, até 2050. Ao que parece, o Google quer aproveitar essa ventania.
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2. Peace Garden: o pontapé inicial
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2/16 (Divulgação/Google)
O primeiro investimento da empresa em um projeto de energia renovável foi de US$ 38,8 milhões em dois parques eólicos em Dakota do Norte, nos EUA, que geram 169, 5MW. Eles foram construídos em 2008 pela NextEra Energy Resources.
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3. Panhandle 2: o recém-chegado
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3/16 (Divulgação/Google)
O parque eólico Panhandle 2, no estado do Texas, é o negócio verde mais recente anunciado pelo Google. A empresa investiu US$ 75 milhões no projeto que vai gerar 182 MW, o suficiente para abastecer 56 mil casas americanas.
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4. SolarCity: energia solar acessível
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4/16 (Reprodução/Solar City/Youtube)
O Solar City é a maior aposta da gigante da internet em energias renováveis. Desde 2011, o Google já investiu US$ 280 milhões no fundo que ajuda a fornecer financiamento para projetos de energia solar residencial nos Estados Unidos. O programa, que é controlado pelo bilionário dos negócios verdes, Elon Musk, já ajudou a instalar 15 mil sistemas solares residenciais em todo o país.
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5. Apetitie solar na Califórnia e no Arizona
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5/16 (Divulgação/Recurrent Energy)
Em novembro de 2013, numa parceria com a empresa global de investimentos KKR, o Google injetou US$ 80 milhões em seis centrais de energia solar na Califórnia e Arizona. Os projetos, administrados pela empresa Recurrent Energia, têm uma capacidade combinada de 106 MW e vão gerar eletricidade suficiente para abastecer mais de 17 mil lares. Eles devem começar a operar no primeiro semestre de 2014.
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6. Jasper Power: primeira investida na África
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6/16 (Divulgação/Google)
Em maio de 2013, a empresa fez seu primeiro investimento na África: US$ 12 milhões no projeto de energia Jasper, uma usina solar fotovoltaica de 94MW localizada na África do Sul. Quando concluída, esta será uma das maiores instalações solares no continente, capaz de gerar energia suficiente para abastecer 30 mil casas da região. O projeto é desenvolvido como parte de um programa do governo sul-africano de energia renovável.
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7. Conexão Eólica do Atlântico: a supervia da energia limpa
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7/16 (Divulgação/Google)
O Google tem 37,5 por cento de participação no projeto Conexão Eólica do Atlântico (AWC), uma espécie de rede submarina de cerca de 250 quilômetros para transmissão de energia eólica. Quando concluído em 2016, o projeto possibilitará a conexão de até 7.000 MW de energia vinda do alto mar para abastecer 1,9 milhão de domicílios na costa leste dos Estados Unidos.
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8. Mount Signal Solar, Califórnia
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8/16 (Divulgação/Google)
O Google está investindo US$ 103 milhões em Monte Signal Solar, uma usina solar fotovoltaica de 265,7 MW em Imperial County, na Califórnia. Este projeto vai gerar energia suficiente para abastecer 80 mil casas. A energia da central, que foi contratada pela empresa San Diego Gas & Electric, vai ajudar a Califórnia a cumprir o seu objetivo de aumentar a quantidade de energia contratada a partir de fontes renováveis, além de gerar 900 empregos.
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9. Clean Power Finance: energia solar nas alturas
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9/16 (SXC.Hu)
A fim de facilitar a vida dos proprietários que querem instalar um sistema solar em casa, mas não conseguem arcar de uma vez com o alto investimento, o Google aportou US$ 75 milhões num fundo de financiamento criado com a empresa Clean Power Finance (CPF). A plataforma aberta conecta instaladores com os investidores que estão dispostos a fornecer financiamento para os proprietários. Segundo a empresa, trata-se de um modelo inovador e escalável que faz sentido para os negócios, e tem o potencial de reduzir os custos e acelerar a adoção da energia solar.
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10. Alta Wind Energy Center: aproveitando os ventos do Mojave
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10/16 (Divulgação/Google)
Outro investimento no setor eólico que chama atenção é o Alta Wind Energy Center (AWEC), na Califórnia. O Google injetou US$ 157 milhões em dois projetos que totalizam 270 MW. Eles usam algumas das primeiras linhas de transmissão que estão sendo desenvolvidas especificamente para o transporte de energia renovável na região do deserto do Mojave. Sozinho o AWEC, que soma ao todo cinco centrais solares, vai aumentar a produção de energia eólica na Califórnia em 30% e ajudar o estado cumprir o seu ambicioso mandato de energia renovável de 33% a partir de fontes limpas até 2022.
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11. Spinning Spur Wind Farm
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11/16 (Wikimedia Commons)
Em dezembro de 2012, a empresa investiu aproximadamente US$ 200 milhões em um parque eólico de 161 MW, em Oldham County, Texas. O projeto, que usa 70 turbinas de 2,3 MW cada, tem a capacidade de gerar energia limpa suficiente para abastecer cerca de 60 mil lares norte-americanos.
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12. BrightSource: energia solar concentrada
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12/16 (Divulgação/Google)
Em 2008, o Google investiu US$10 milhões na startup BrightSource Energy. Posteriormente investiu outros US$ 168 milhões em seu primeiro projeto de energia solar chamado Ivanpah no deserto de Mojave, na Califórnia. A BrightSource é especializada em "torres de energia" - uma tecnologia solar térmica avançada, que usa utiliza espelhos para concentrar a luz solar sobre encanamento, aquecendo uma mistura de sal fundido, que em contato com a água produz vapor em seu interior. Este vapor aciona então as turbinas e os geradores de eletricidade.
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13. Rippey Farm: energia eólica em Iowa
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13/16 (SXC.Hu)
Outro projeto eólico levado à frente pela gigante das buscas é do parque eólico Rippey Wind Farm, em Iowa, EUA. Com investimento de US$ 75 milhões, ele deverá produzir energia suficiente para abastecer mais de 15 mil casas. Toda a energia foi contratada pela empresa Central Iowa Power Cooperative, que vai abastecer a comunidade local.
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14. Recurrent Energy: mais projetos na Califórnia
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14/16 (Divulgação/Google)
O Google também tem investidos US$ 94 milhões em uma carteira de quatro projetos de energia solar fotovoltaica (PV) que estão sendo construídos pela empresa Recurrent Energy, perto de Sacramento, na Califórnia. Esses projetos têm uma capacidade total de 88 MW, o que equivale à eletricidade consumida por mais de 13 mil casas no país, em média. A energia produzida já está contratada por 20 anos pelo Municipal Utility District Sacramento (SMUD).
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15. Shepherd’s Flat: um dos maiores parques eólicos
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15/16 (Divulgação/Google)
Localizado em Arlington, no estado de Oregon, o Shepherd’s Flat é um dos maiores parques eólico do mundo, com 845 MW. É energia suficiente para abastecer 235 mil casas. O Google investiu US$ 100 milhões no projeto.
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16. Produção de energia solar na Alemanha
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16/16 (Sean Gallup/Getty Images)
Em 2011, o Google fez o primeiro investimento internacional. Por US$ 5 milhões adquiriu uma participação de 49 por cento no projeto de instalação de energia solar em Brandenburg, na Alemanha. A usina, uma das maiores do país, tem capacidade máxima de 18,65 MW, o suficiente para abastecer cerca de 5 mil casas.