Tecnologia

Google investirá US$ 300 mi em informação jornalistica

A decisão tenta amenizar a crise do setor de mídia e amplificar o alcance do noticiário produzido de forma profissional

Google: a receita das assinaturas irá majoritariamente para os veículos (Lucas Agrela/Site Exame)

Google: a receita das assinaturas irá majoritariamente para os veículos (Lucas Agrela/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2018 às 11h17.

Última atualização em 21 de março de 2018 às 11h19.

Nova York - Na tentativa de amenizar a crise do setor de mídia, o Google anunciou nessa terça-feira, 20, que vai investir US$ 300 milhões, em três anos, em uma série de medidas para facilitar a conquista de assinantes por veículos jornalísticos e amplificar o alcance do noticiário produzido de forma profissional.

Item principal da chamada Google News Initiative, o Subscribe With Google (Assine com o Google) vai permitir que leitores assinem o conteúdo online de suas publicações preferidas com apenas dois cliques, sem a necessidade de preencher formulários ou inserir dados de cartão de crédito.

Com a ferramenta, os assinantes vão se logar automaticamente aos sites, sem precisar criar novas senhas ou digitar seus dados a cada acesso.

O conteúdo das publicações assinadas também aparecerá em destaque nos resultados de buscas no Google - uma forma de valorizar mais o conteúdo pelo qual o leitor paga.

A cobrança da assinatura será feita no cartão de crédito associado à conta Google do leitor - aquele utilizado na compra de aplicativos na Play Store.

A receita das assinaturas irá majoritariamente para os veículos. O Google afirma que não busca lucros com a iniciativa e que descontará apenas os custos operacionais, mas não informou em que porcentagens se dará a divisão dos recursos.

No Brasil, o Subscribe With Google será aplicado em breve em publicações. Alguns veículos já estão testando a plataforma.

Interesse

Ainda que abra mão de lucros nesse tipo de parcerias com órgãos de imprensa, o Google tem objetivos não meramente filantrópicos ao fazê-las.

A empresa tem mais liberdade de atuação - e mais lucros - em países democráticos, onde a imprensa tem papel mais atuante na fiscalização dos governos.

A iniciativa de socorrer os produtores de conteúdo também se deve ao reconhecimento de que o próprio Google desestabilizou o modelo de negócios do jornalismo, ao abocanhar parte significativa do bolo das receitas provenientes de publicidade.

Em 2017, a companhia repassou US$ 12,6 bilhões a veículos de mídia que se utilizam de suas plataformas de publicidade online. O valor impressiona, mas, quando individualizado, quase nunca compensa as perdas que os órgãos de imprensa vêm sofrendo com o encolhimento da publicidade tradicional e da circulação impressa.

Outro aspecto central da Google News Initiative é a utilização de tecnologia na busca de novas fontes de receita para os veículos.

Ferramentas baseadas em inteligência artificial, por exemplo, serão usadas para que os veículos selecionem o momento mais propício para propor assinaturas aos leitores, de forma a incrementar as taxas de sucesso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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