Diversos executivos do setor afirmam que outras plataformas como Windows Phone, webOS, bada e MeeGo não deveriam ser descartadas, porque seus proprietários dispõem de amplos recursos (David Paul Morris/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2011 às 14h39.
Paris - A Microsoft e algumas produtoras de software menores continuam a ter chance na corrida dos celulares inteligentes, que vem passando por rápidas mudanças em meio ao avanço forte do Google e da Apple, disseram executivos do setor.
Com a ajuda do interesse de fabricantes, operadoras de telecomunicações e usuários, a plataforma Google Android se tornou o principal sistema operacional para celulares inteligentes; somadas, Apple e Google detinham mais de metade desse mercado no primeiro trimestre, de acordo com o grupo de pesquisa Canalys.
"Trata-se dos dois cavalos que estão na liderança, por enquanto", disse Neil Rimer, co-fundador da Index Ventures, durante o Reuters Global Technology Summit.
O número de celulares equipados com o Android e de iPhones vendidos, e os muitos aplicativos disponíveis para as duas plataformas, dificultarão a tarefa dos concorrentes que ficaram para trás.
"As barreiras para os demais, excetuada a Microsoft, cresceram", disse Magnus Jern, presidente-executivo da Golden Gekko, produtora de software para celulares. "Muita gente na Alemanha e Escandinávia vê Apple e Android como as duas únicas plataformas."
Mas Jern e diversos outros executivos do setor afirmam que outras plataformas como Windows Phone, webOS, bada e MeeGo --que ficaram muito para trás do Android e Apple-- não deveriam ser descartadas, porque seus proprietários dispõem de amplos recursos.
A Hewlett-Packard está promovendo aparelhos equipados com sua plataforma webOS; a Samsung Electronics investe em sua plataforma bada e a Intel tem a MeeGo. Além disso, Nokia planeja vender mais 150 milhões de celulares inteligentes com a antiga plataforma Symbian.
Embora os executivos tenham dito que dinheiro não basta para garantir o sucesso, todas essas empresas poderiam oferecer incentivos aos criadores de aplicativos para que desenvolvam produtos para suas plataformas.
"Isso poderia ser feito mudando o jogo. Se o programador receber 95 por cento, é possível mudar", disse Jern. Como regra, as lojas de aplicativos oferecem 70 por cento do valor da venda aos criadores do programa vendido.
E Rimer disse que até pode surgir um novo concorrente no mercado.
Os analistas antecipam que o Android venha a deter 40 por cento do mercado este ano e que sua fatia passe dos 50 por cento nos próximos anos, mas alguns executivos sugeriram que operadoras de telefonia móvel como Vodafone e Telefónica poderiam tentar restringir os avanços na participação do Android.