Tecnologia

Google bloqueia uso de sua tecnologia de inteligência artificial em armas

Restrição poderá ajudar a gestão do Google a desarmar protestos de funcionários contra trabalho da empresa junto a militares dos Estados Unidos

Google: empresa vai buscar outros contratos governamentais, incluindo cibersegurança, recrutamento militar e busca e resgate (Sergio Perez/Reuters)

Google: empresa vai buscar outros contratos governamentais, incluindo cibersegurança, recrutamento militar e busca e resgate (Sergio Perez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de junho de 2018 às 19h56.

São Francisco, Estados Unidos - O Google não vai permitir que seu software de inteligência artificial seja usado em armas ou em esforços de vigilância não justificáveis, afirmou a companhia nesta quinta-feira.

A restrição poderá ajudar a gestão do Google a desarmar meses de protestos de milhares de funcionários contra o trabalho da empresa junto a militares dos Estados Unidos para identificar objetos em vídeos produzidos por drones.

O Google vai buscar outros contratos governamentais, incluindo cibersegurança, recrutamento militar e busca e resgate, disse o presidente-executivo, Sundar Pichai.

"Queremos deixar claro que apesar de não estarmos desenvolvendo inteligência artificial para uso em armamentos, vamos continuar com nosso trabalho junto a governos e o exército em muitas outras áreas", disse o executivo.

Avanços na redução de custo e performance de computadores avançados começaram a levar a inteligência artificial de laboratórios de pesquisa para setores como o militar e o de saúde. O Google e seus grandes rivais se tornaram líderes em vendas de ferramentas de inteligência artificial.

Mas o potencial dessa tecnologia em selecionar ataques de drones melhor que especialistas militares ou em identificar dissidentes por meio de um grande conjunto de dados recolhidos em comunicações online tem criado preocupações entre acadêmicos que estudam ética e entre os funcionários do próprio Google.

"Assumir uma posição clara contra o uso destas tecnologias em armamentos" ajudará o Google a demonstrar "seu compromisso em preservar a confiança de sua base internacional de clientes e usuários", disse Lucy Suchman, uma professora de sociologia na Lancaster University, na Inglaterra, à Reuters.

O Google afirmou que não vai buscar o desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial que possam causar ferimentos físicos, que estejam vinculadas à vigilância e "violem normas aceitas internacionalmente que protegem os direitos humanos" ou que apresentem maiores "riscos materiais" que benefícios.

Os princípios também determinam que funcionários da empresa e clientes "evitem impactos injustos sobre as pessoas", particularmente relacionados a raça, gênero, religião, orientação sexual ou política.

Pichai afirmou que o Google se reserva o direito de bloquear aplicações que violem estes princípios.

 

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