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Google atualiza mapa da Coreia do Norte com prisões

No novo mapa, podem ser identificados campos de concentração e um centro de pesquisa nuclear


	Google mostra o antes e depois da Coreia do Norte: o mapa do país foi elaborado a partir do serviço Google Map Maker e graças às contribuições de usuários
 (AFP)

Google mostra o antes e depois da Coreia do Norte: o mapa do país foi elaborado a partir do serviço Google Map Maker e graças às contribuições de usuários (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 08h03.

Seul - O Google publicou um mapa atualizado da Coreia do Norte onde podem ser identificados os sinistros campos de concentração do regime comunista, assim como um centro de pesquisa nuclear, em um momento de crescente tensão entre Pyongyang e a comunidade internacional.

"Durante muito tempo, a Coreia do Norte permaneceu como uma das mais amplas zonas com dados cartográficos limitados. Atualmente, estamos remediando", escreveu em seu blog Jayanth Mysore, diretor do Google Map Maker.

O mapa do país no Google Maps foi elaborado a partir do serviço Google Map Maker e graças às contribuições de usuários, seguindo em parte o modelo da enciclopédia do Wikipedia, principalmente com base de imagens de satélites.

Este mapa mostra uma vista mais detalhada de Pyongyang com escolas, hotéis, hospitais, uma catedral, um mercado e parques de um lado e do outro do rio Taedong, que atravessa a capital.

Fora de Pyongyang, o mapa está mais vazio: algumas grandes cidades, aeroportos, uma refinaria, um centro de pesquisa nuclear e manchas cinzentas que representam campos de concentração.

A 100 km ao nordeste de Pyongyang é possível ver, por exemplo, o campo (kwan-li-so) N°18, identificado como um "gulag".

Em um relatório de maio de 2011, a Anistia Internacional afirmou que os campos de concentração aumentaram em tamanho e número nos últimos 10 anos e neles estão detidas quase 200.000 pessoas em condições que qualificou de "atrozes".


"Muitas pessoas no mundo veem a Coreia do Norte com fascinação, mas estes mapas são especialmente importantes para os sul-coreanos que têm conexões ancestrais ou com a família que vive ali", acrescentou Mysore.

No entanto, este mapa melhorado da Coreia do Norte continua sendo muito sucinto.

Tecnicamente, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul continuam em conflito desde o final da guerra da Coreia (1950-1953) e as visitas de estrangeiros são muito controladas.

Os norte-coreanos vivem em um dos países mais isolados e censurados do mundo e, com exceção de uma minoria de centenas de pessoas entre a elite e os estudantes, não têm acesso à internet.

Portanto, não têm nenhum meio de informar ao estrangeiro sobre a topografia, a urbanização ou a localização de instalações estratégicas.

A publicação deste mapa norte-coreano no Google ocorre depois da viagem ao país do direitor da gigante da internet Eric Schmidt para uma visita "humanitária privada" de três dias, com um ex-diplomata americano Bill Richardson.

Por sua vez, declarou que "a decisão (dos norte-coreanos) de permanecer virtualmente isolados só pode afetar seu universo, seu crescimento econômico", enquanto "o planeta está cada vez mais conectado".


O Google já revelou a localização de campos de concentração norte-coreanos graças a seu serviço de imagem por satélite, Google Earth, muito utilizado pelas ONGs de defesa dos direitos humanos.

Um porta-voz do ministério sul-coreano da Reunificação celebrou esta oportunidade para o mundo aprender mais e para a Coreia do Norte "abrir-se mais".

Os sul-coreanos também comemoraram a divulgação deste mapa.

"Ficaria muito contente de ver um mapa de minha cidade natal", declarou Lee Nak-Ye, um octogenário que deixou o Norte em 1950 e que preside uma associação de refugiados.

A tensão entre Pyongyang e a comunidade internacional é forte deste que a Coreia do Norte lançou em dezembro um foguete, que Washington e seus aliados consideraram como um novo teste de míssil balístico.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou novas sanções contra o regime norte-coreano que, frente às medidas, anunciou a intenção de realizar um terceiro teste nuclear.

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