Ebola (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 15h29.
A empresa farmacêutica americana Merck comprou os direitos de uma vacina experimental desenvolvida pela NewLink Genetics, informaram as duas companhias nesta segunda-feira.
O acordo dá à Merck uma exclusiva autorização global para pesquisar, desenvolver, produzir e distribuir a vacina contra o Ebola rVSV-EBOV, da NewLink, originalmente desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá.
Licenciada pelo governo canadense para a empresa americana NewLink, a rVSV-EBOV é uma das duas vacinas experimentais contra o Ebola, identificadas pela OMS como tendo mostrado resultados promissores quando testadas em macacos.
A outra vacina, ChAd3, é produzida pela empresa britânica GlaxoSmithKline e pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID).
Não há tratamento licenciado ou vacina contra o vírus Ebola, que matou cerca de 5.500 pessoas na epidemia concentrada no oeste da África, segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O número total de casos, este ano, saltou para mais de 15.000 na pior epidemia de Ebola desde que o vírus foi identificado pela primeira vez, em 1976.
Julie Gerberding, presidente da divisão de vacinas da Merck, afirmou que o acordo com a NewLink representa um avanço significativo no combate a este flagelo.
"Vacinas eficazes contra o Ebola serão um componente crítico da prevenção abrangente e medidas de controle para pessoas com risco de infecção pelo vírus e para conter futuras epidemias globalmente", declarou, em um comunicado.
"A Merck está comprometida com a aplicação da nossa expertise em vacinas para atender a importantes necessidades globais sanitárias e, por meio de nossa colaboração com a NewLink, esperamos avançar na resposta de saúde pública a esta urgente prioridade sanitária", prosseguiu.
Testes clínicos com a vacina rVSV-EBOV estão sendo realizados nos Institutos Nacionais de Saúde, no Instituto de Pesquisas do Exército Walter Reed e em um esforço colaborativo coordenado pela OMS em Suíça, Alemanha, Quênia e Gabão, informaram as companhias.
A Merck pagará US$ 30 milhões diretamente à NewLink quando o acordo entrar em vigor e US$ 20 milhões no início dos testes de eficácia da vacina licenciada, que devem ter início no primeiro trimestre de 2015, segundo esta empresa, sediada em Nova Jersey.
A NewLink, uma companhia biofarmacêutica sediada em Iowa, poderá receber royalties sobre a venda de vacinas em alguns mercados.