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Genes protegem crianças africanas da malária

Cientistas identificaram certas variações genéticas especificas que protegem algumas crianças africanas do desenvolvimento de casos sérios de malária


	Mosquito que transmite a malária
 (HO/AFP)

Mosquito que transmite a malária (HO/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 18h35.

Londres - Cientistas identificaram certas variações genéticas especificas que protegem algumas crianças africanas do desenvolvimento de casos sérios de malária e disseram que a descoberta vai impulsionar o combate à doença, responsável pela morte de 500 mil crianças por ano.

No maior estudo do tipo já feito, os pesquisadores afirmaram que a identificação de variações de DNA em uma localização específica, ou locus, do genoma ajuda a explicar por que algumas crianças desenvolvem os tipos mais graves de malária e outras não, em comunidades nas quais as pessoas são constantemente expostas ao mosquito portador da doença.

Em alguns casos, disseram os cientistas, a presença de uma variação genética específica reduz quase pela metade o risco de uma criança morrer por causa da doença.

“Podemos agora dizer, inequivocamente, que as variações genéticas nessa região do genoma humano proporciona uma forte proteção contra a malária grave em situações do mundo real, fazendo a diferença se uma criança vive ou morre”, disse Dominic Kwiatkowski, professora no Centro para Genética Humana e Instituto Sanger da Fundação Wellcome e uma das pesquisadoras que lideram o projeto.

O trabalho foi conduzido pela MalariaGEN, uma rede internacional de cientistas na África, Ásia e outras regiões com incidência endêmica de malária, em grande parte financiada pela Fundação Wellcome.

A malária matou cerca de 584 mil pessoas em 2013, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 90 por cento das vítimas são crianças com menos de cinco anos da África Subsaariana.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados provenientes de Burkina Faso, Camarões, Gana, Quênia, Malauí, Mali, Gâmbia e Tanzânia – comparando o DNA de 5.633 crianças com casos graves de malária com o DNA de 5.919 crianças sem malária grave.

Os cientistas então replicaram suas principais descobertas em outras 14 mil crianças.

Ao publicarem o trabalho na revista científica Nature, os pesquisadores explicaram que o novo locus identificado encontra-se próximo a grupos de genes com códigos relacionados à glicoforina, proteína ligada ao modo como o parasita da malária invade as células vermelhas do sangue.

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