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Fusão DirecTV e AT&T vê chance para TV paga e TD-LTE no país

"No Brasil, em particular, acreditamos que a oportunidade é muito alta", disse chairman, presidente e CEO da AT&T, ressaltando a presença da DirecTV na região


	DirecTV: com fusão, ela e a AT&T ficarão de olho em futuros leilões
 (Wikimedia Commons)

DirecTV: com fusão, ela e a AT&T ficarão de olho em futuros leilões (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 16h46.

São Paulo - A venda da DirecTV para a AT&T pela quantia de US$ 48,5 bilhões anunciada no domingo, 18, tem um foco muito claro no mercado norte-americano: a entrega de vídeo multiplataforma, em particular utilizando a tecnologia 4G. Mas o acordo vai além dos Estados Unidos.

Já que durante a conferência para analistas nesta segunda-feira, 19, foi ressaltada por diversas vezes que as sinergias não são apenas em economia operacional, mas nas oportunidades de crescimento no mercado latino-americano de TV paga, especialmente no Brasil, onde a companhia de TV paga controla a Sky.

Na visão do chairman, presidente e CEO da AT&T, Randall Stephenson, a América Latina tem taxas de penetração de TV por assinatura ainda baixas, e há possibilidades também com produtos pré-pagos.

"No Brasil, em particular, acreditamos que a oportunidade é muito alta", disse, ressaltando a presença da DirecTV na região. "Quanto mais cavamos na empresa e na América Latina, mais ficamos entusiasmados", comemora.

Mas não é a única oportunidade de negócios no mercado brasileiro. Stephenson lembra que há também potencial no mercado pré-pago e em banda larga wireless utilizando a tecnologia TD-LTE na faixa de 2,5 GHz.

"A DirecTV tem acumulado um footprint de espectro bom, colocando banda larga fixa-móvel. Nós mesmos estamos fazendo muito isso nos Estados Unidos e achamos que muito da banda larga vai ser nessa tecnologia, porque terá capacidade grande e custos reduzidos."

O chairman, presidente e CEO da DirecTV, Michael White, explica que a intenção é utilizar o conhecimento e a experiência da AT&T em redes móveis para promover mais oportunidades no mercado latino-americano.

"Muito do atendimento dos EUA nas áreas rurais será com essa tecnologia, e poderemos nos beneficiar na América Latina também exatamente da mesma forma, usando o expertise da AT&T. Teremos espectro na Colômbia, e temos na Argentina e Brasil, mas queremos mais", revela.

Ou seja: fica claro que, com a fusão, as empresas ficarão de olho em futuros leilões, como o da banda de 700 MHz no Brasil, para expandir a oferta de banda larga.

A intenção de exploração pode não ser apenas do produto fixo-móvel com o TD-LTE. Não houve menção de entrar para valer no mercado brasileiro de serviço móvel pessoal.

Relação mexicana

Como parte da transação, a AT&T vai se desfazer de sua posição minoritária na América Móvil, grupo do bilionário mexicano Carlos Slim que controla no Brasil as operadoras Claro, Embratel, Net e Star One.

"É uma relação de 22 anos que tem servido aos interesses de ambos, criamos muitos valores e achamos que juntos mudamos o comércio e o bem-estar dos países na América Latina", diz Randall Stephenson, CEO da AT&T.

"Eu aprendi muito com Carlos e nos falamos, ele é um amigo querido, mas agora será nosso competidor", declara.

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