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Fundador do Wikileaks diz ter sido alertado sobre ´armadilhas sexuais´

Em entrevista a jornal sueco, Julian Assange afirmou que foi avisado de que "o Pentágono jogaria sujo" para destruir Wikileaks

Neste sábado, durante quase 12 horas, Assange esteve sob ordem de busca e captura pela suposta violação de uma mulher e agressão a outra (./Wikimedia Commons)

Neste sábado, durante quase 12 horas, Assange esteve sob ordem de busca e captura pela suposta violação de uma mulher e agressão a outra (./Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 11h24.

Berlim - O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, que esteve durante 12 horas sob ordem de busca e captura pela suposta violação de uma mulher e a agressão a outra na Suécia, disse neste domingo que já tinha sido alertado para a possibilidade de "armadilhas sexuais".

"Não sei quem se esconde por trás disso, mas nos avisaram que, por exemplo, o Pentágono, jogaria sujo para nos destruir", afirma Assange em entrevista ao jornal sueco "Aftonbladet", a quem disse que "me orientaram para ficar em alerta em relação a armadilhas sexuais".

O Wikileaks ganhou fama há algumas semanas pela publicação aberta de documentos secretos dos Estados Unidos, principalmente sobre a guerra do Afeganistão.

Sob o título "Diário da Guerra Afegã", o Wikileaks publicou em 25 de julho cerca de 70 mil documentos relativos ao período desde janeiro de 2004 até 2010, e nos quais são reveladas desde mortes de civis não divulgadas até a possível colaboração dos serviços secretos do Paquistão com os talibãs.

Há poucos dias, Assange ratificou seu propósito de publicar "em breve" outros 15 mil documentos militares confidenciais que foram guardados sobre a guerra do Afeganistão.

Neste sábado, na Suécia, durante quase 12 horas, Assange esteve sob ordem de busca e captura pela suposta violação de uma mulher e agressão a outra, mas ao final do dia foram retiradas as acusações.

No domingo, o fundador do Wikileaks anunciou que seus advogados estudam apresentar várias queixas, uma delas contra o jornal "Expressen", o primeiro que divulgou a notícia em sua edição eletrônica, com grande foto de Assange e a confirmação da promotora responsável.

Assange estava na Suécia há alguns dias, participando de conferências, após aceitar oferta do Partido Pirata local, que se propôs a hospedar vários servidores do Wikileaks, perante a perseguição sofrida por parte das autoridades dos Estados Unidos.

Na noite de sexta-feira para sábado, a Polícia buscou Assange para fazer sua detenção, mas o fundador do Wikileaks estava em paradeiro desconhecido, e não foi encontrado durante a operação.


A investigação começou por conta de uma suposta acusação de duas mulheres, de 20 e 30 anos, que não apresentaram denúncia, e segundo as quais Assange violou uma delas há uma semana e agrediu violentamente a outra na última terça-feira.

Apesar não haver denúncia, segundo reconheceu um porta-voz da Justiça sueca, foi emitida uma ordem de detenção perante a "gravidade" das acusações e a possibilidade de fuga de Assange.

Ainda neste domingo, em Estocolmo, a Justiça emitiu um comunicado, segundo o jornal "Aftonbladet", no qual explica a situação judicial e policial que envolveu Assange, afirmando que a promotora-chefe, Eva Finne, e a fiscal responsável pelo turno de sexta-feira à tarde "avaliaram diferentes dados".

A nota oficial afirma que Eva Finne recebeu mais informações que a fiscal, e por isso anulou a ordem de busca e detenção, no sábado.

Por sua parte, a fiscal responsável pela ordem de sexta-feira, Maria Häljebo, declarou neste domingo que recebeu "um relatório da Polícia que pareceu suficiente para ordenar a detenção".
 
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