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Fundador do Megaupload completa quinto dia preso cercado de polêmica

A justiça da Nova Zelândia decide na quarta-feira sobre a liberdade condicional pedida por Kim Dotcom

O dono do Megaupload vive na Nova Zelândia como uma permissão de residência de empresário, categoria que requer investimento mínimo de US$ 8 milhões no país (Reprodução)

O dono do Megaupload vive na Nova Zelândia como uma permissão de residência de empresário, categoria que requer investimento mínimo de US$ 8 milhões no país (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 16h06.

Auckland - O fundador do site de compartilhamento de arquivos 'Megaupload', Kim Schmitz, mais conhecido como Kim Dotcom completou nesta terça-feira o quinto dia preso na Nova Zelândia à espera de que um juiz conceda ou não liberdade condicional, em meio à polêmica pela permissão de residência que recebeu do país.

Desde que foi detido na semana passada em uma operação internacional coordenada pelo FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos), Kim Dotcom, de 37 anos, recebeu a visita de familiares na Prisão Central de Auckland, declarou à Agência Efe Paul Davison, um de seus advogados.

Com Dotcom foram detidos em Auckland os também alemães Finn Batato e Mathias Ortman e o holandês Bram van der Kolk. Todos atuavam como diretores do 'Megaupload'.

Na operação policial ainda foram presos o alemão Sven Echternach na Alemanha; e o eslovaco Andrus Nomm, na Holanda.

O juiz David McNaughton pronuncia na quarta-feira sua decisão sobre a liberdade condicional pedida por Schmitz, Ortman, Batato e Van der Kolk, enquanto os tribunais se pronunciam sobre a extradição solicitada pelos Estados Unidos.

As autoridades americanas afirmam que essas pessoas arrecadaram de maneira ilícita o equivalente a US$ 175 milhões com o 'Megaupload', que conta com 150 milhões de usuários registrados e outras páginas associadas.

A presença do principal acusado e de seus associados na Nova Zelândia colocou em uma delicada situação o Governo do conservador John Key.

Schmitz obteve em 2010 uma permissão de residência no país, apesar de seus antecedentes penais na Alemanha, onde foi condenado a 20 meses de prisão e uma multa de US$ 129 mil pela fraude do 'LetsBuyIt', mas nunca chegou a ser preso.

Fontes do Ministério da Imigração neozelandês explicaram ao jornal 'New Zealand Herald' que o visto de residência de Dotcom foi aprovado porque os benefícios que representa sua presença no país eram superiores aos riscos.

Dotcom vive na Nova Zelândia desde 2010 como uma permissão de residência de empresário, categoria que requer investimento mínimo de US$ 8 milhões no país.


Ele aluga - porque foi negado a ele o pedido de compra - uma mansão nos arredores de Auckland, em onde vive com a mulher grávida de gêmeos e seus três filhos.

'O primeiro-ministro está obrigado a informar aos neozelandeses se algum legislador do Partido Nacional, particularmente os ministros, apoiaram, verbalmente ou por escrito, a solicitação (de residência) de Dotcom', exigiu o líder do minoritário Primeiro Partido da Nova Zelândia, Winston Peters.

Dotcom, que passou de um jovem tímido a um excêntrico milionário, fez grandes doações ao fundo de reconstrução de Christchurch, após o terremoto de fevereiro e contribuiu para iniciativas como os atos para receber o ano novo 2010 em Auckland.

Por isso, os políticos que tiveram contato com ele agora estão sob os holofotes, enquanto a imprensa local remexe no passado e no presente desse gigante do setor de informática: Dotcom tem quase dois metros de altura e pesa 140 quilos.

O 'New Zealand Herald' dedicou mais de meia página de sua edição desta terça-feira com fotografias de Dotcom em seu avião privado, ao lado de um Mercedes-Benz com uma escopeta de caça nas mãos e na frente de um iate.

A promotoria neo-zelandesa garante que Dotcom tem somente acesso a cerca de US$ 242,6 mil, depois do congelamento de suas contas logo após a prisão.

Considerado o melhor jogador do game online 'Call of Duty: Modern Warfare 3' em 2011, o plano do empresário era levar nesta terça-feira a Hong Kong sua mulher para consultar com o obstetra que fez os partos de seus filhos, diz a imprensa local.

Frustrando seu planejamento, Schmitz completa o quinto dia em prisão preventiva e enfrenta um processo de extradição por transgressão de direitos autorais de propriedade intelectual que, na opinião de analistas, pode durar anos por causa da complexidade. 

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