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Fraude em jogos eletrônicos movimenta até R$ 395 milhões e desafia indústria

Do Discord a sites especializados, comércio de códigos ilegais evolui com inteligência artificial e suporte técnico

Mercado de trapaças em videogames fatura milhões  (Emanuele Cremaschi/Getty Images)

Mercado de trapaças em videogames fatura milhões (Emanuele Cremaschi/Getty Images)

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 06h05.

Cerca de 80 sites especializados na venda de trapaças para videogames faturam entre US$ 12,8 milhões e US$ 73,2 milhões por ano (algo em torno de R$ 395 milhões), o equivalente a até US$ 6,1 milhões mensais, conforme estudo da Universidade de Birmingham.

De acordo com a informações da revista Wired, esses serviços disponibilizam recursos como aimbots, que miram automaticamente em adversários, ferramentas para "atravessar paredes" nos jogos e aprimoramentos de atributos dos personagens.

Embora a venda de cheats seja ilegal em países como China e Coreia do Sul, muitos locais ainda não têm legislação específica sobre o tema.

O mercado é composto por sites profissionais, fóruns, grupos no Discord e revendedores independentes, com preços que variam de US$ 6,63 para recursos básicos a mais de US$ 250 por assinaturas premium, que garantem atualizações e suporte contínuo.

Desafios tecnológicos

Empresas como Electronic Arts, Bungie e Activision investem em sistemas anti-cheat para combater a fraude.

A Electronic Arts afirma que seu software Javelin bloqueou 33 milhões de tentativas de trapaça desde 2022. Alguns desses sistemas operam no kernel do sistema operacional, aumentando a eficiência, mas também expondo os usuários a riscos de falhas graves, como o incidente recente com a Crowdstrike, que afetou milhões de computadores.

O avanço da inteligência artificial também impulsionou o surgimento dos AI-aimbots, tecnologias que utilizam visão computacional para detectar inimigos e ajustar a mira automaticamente, tornando a detecção ainda mais complexa.

Além dos prejuízos econômicos para os desenvolvedores, o mercado de cheats traz riscos de segurança cibernética, pois sites maliciosos distribuem cheats que, na verdade, instalam malwares. Crianças e adolescentes estão entre os principais afetados, seja por falta de experiência ou pela busca por vantagens rápidas.

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