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FragNebenan, a rede social feita para conhecer vizinhos

A idiea é colocar em contato pessoas que vivem em um mesmo bairro ou edifício para compartilhar informação, serviços e experiências


	Rede social: vizinhos se organizam através da FragNebenan para se ajudar, trocar ferramentas ou indicação de babás
 (kieferpix/Thinsktock)

Rede social: vizinhos se organizam através da FragNebenan para se ajudar, trocar ferramentas ou indicação de babás (kieferpix/Thinsktock)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2016 às 08h22.

Viena - Em uma época na qual a internet permite estar conectado com pessoas do outro lado do planeta, uma nova rede social na Áustria aposta na proximidade: conhecer quem vive ao lado, poder pedir açúcar e saber se um vizinho precisa ajuda ou companhia.

A filosofia da plataforma "FragNebenan" (algo como "peça ao vizinho", em alemão) é colocar em contato pessoas que vivem em um mesmo bairro ou edifício para compartilhar informação, serviços e experiências.

Stefan Theissbacher, criador e gerente desta inovadora rede, lançou a iniciativa em Viena há um ano com o objetivo de "apoiar o desenvolvimento dos bairros, restaurar a comunidade dentro da vizinhança e transformar os moradores em vizinhos".

A ideia veio com uma experiência pessoal. Após viver por mais de um ano em um edifício sem conhecer nenhum vizinho, com apenas saudações esporádicas na escada, Theissbacher decidiu criar a FragNebenan.

"Pensei que me sentiria melhor em casa se isso mudasse e avançássemos em direção a uma comunidade que compartilhasse recursos, na qual uns se preocupassem com os outros", disse o idealizador.

Com essa abordagem, em maio de 2014, a equipe da FragNebenan começou um projeto piloto em um bairro de Viena para comprovar que o conceito funcionava e aprender como poderiam favorecer a criação de uma comunidade de pessoas que vivem próximas e da qual todos podem se beneficiar.

Para fazer parte da rede social, basta iniciar a sessão, criar um perfil e verificar o endereço de sua residência. Com a FragNebenan é possível compartilhar informações úteis, como saber se o elevador está funcionando, pedir permissão para deixar as bicicletas dentro do edifício e pedir ingredientes ao vizinho.

Uma das primeiras usuárias da nova rede é Ruth Engelmann, uma dona de casa de 54 anos que vive no segundo distrito de Viena, um bairro residencial da cidade.

"Decidi fazer parte da FragNebenan para conhecer gente próxima, encontrar coisas que outros vizinhos vendem ou presenteiam e acompanhar suas recomendações quando preciso buscar algum médico ou artesão com boa reputação", contou à EFE.

Os vizinhos se organizam através da rede social para se ajudar, trocar ferramentas, pegar indicação de babás ou trazer algo do supermercado a um morador doente, além de dar conselhos sobre a manutenção da casa.

"Há uma tendência de que as comunidades locais ganhem importância e cada vez mais gente entende que o bairro tem muito potencial. Esta rede social ajuda a aproveitá-lo", considerou Theissbacher, fundador da FragNebenan.

A mesma opinião é compartilhada pelo músico austríaco Julian Gamisch, usuário desde outubro de 2015, que afirma que a plataforma contribui para "fortalecer a comunidade" e "pensar de forma global". Gamisch, de 26 anos, utiliza a rede social para comprar objetos usados ou presentear os vizinhos com o que não utiliza.

Há um ano, a rede contava com menos de mil usuários. Agora já são mais de 23 mil pessoas conectadas, além das mais de cinco mil "curtidas" que a plataforma tem em sua página do Facebook. Dois terços dos usuários são mulheres e os mais ativos são pais jovens e pessoas aposentadas, de acordo com o fundador.

Iniciativas similares, como o "Nextdoor.com" nos Estados Unidos, com quase 90 mil usuários, e "streetlife.com" no Reino Unido, com mais de um milhão, apostam na mesma ideia que a Fragnebenan: criar redes de vizinhos para construir um bairro mais seguro e com pessoas mais felizes.

A rede social de Viena, gratuita para os usuários, é financiada com recursos de uma bolsa de estudos austríaca e de um grupo de investidores privados, mas sua intenção a longo prazo é receber dinheiro com anúncios de negócios locais.

Em relação à privacidade, cada usuário determina quem pode ver que suas informações pessoais, embora o nome da rua seja pública, mas não o endereço exato.

"Só pedimos os dados realmente necessários para propiciar a troca no bairro", declarou Theissbacher. 

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