EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h29.
Após vários meses de expectativa, o Google, maior site de buscas na internet do mundo, finalmente realizou a oferta pública inicial de suas ações na Nasdaq. O leilão dos papéis, que aconteceu na quarta-feira (18/8), alcançou 1,67 bilhão de dólares e frustrou investidores e a própria empresa, que esperava 3,47 bilhões. A fraca estréia do Google na bolsa eletrônica traz muitas lições para quem está planejando entrar no mercado de capitais, segundo os analistas. O excesso de confiança do Google, a inflexibilidade dos investidores e a deterioração do mercado de tecnologia são os fatores que mais prejudicaram os resultados (leia também, na revista EXAME, artigo de Jack London sobre as empresas pontocom).
Os controladores do site superestimaram fortemente o apetite dos investidores pelos seus papéis, ao afirmarem que as ações seriam vendidas numa faixa de preço entre 108 e 135 dólares por papel, segundo o americano The Wall Street Journal. Durante o leilão público, os papéis foram vendido por 85 dólares cada. Segundo especialistas ouvidos pelo WSJ, o Google tentou desafiar o poder dos compradores, ao optar pela oferta via leilão e não o método tradiconal, pelo qual a empresa recebe as ofertas dos investidores, calcula um preço médio e vai a mercado. "Numa oferta pública tradicional, o preço seria estabelecido com base na receptividade do mercado", diz Sam Schwartz, economista do Bryant Park Capital, de Nova York.
Outro erro do Google foi ignorar os avisos de alguns consultores para adiar a oferta até setembro, quando o mercado poderia estar melhor. De fato, a Nasdaq já se desvalorizou 15% desde janeiro, contra os ganhos de 50% registrados durante 2003. Por isso, ao invés de contribuir para reativar o mercado de ações das empresas de tecnologia, o Google apenas contribuiu para aumentar as dúvidas sobre os rumos do setor e das próximas ofertas públicas.