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Fósseis do Jurássico são um mistério à evolução dos mamíferos

Londres - O recente descobrimento dos fósseis de duas espécies do período Jurássico na China, com mais de 160 milhões de anos de antiguidade, acrescentou mistério...

Arboroharamiya (Reprodução)

Arboroharamiya (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

Londres - O recente descobrimento dos fósseis de duas espécies do período Jurássico na China, com mais de 160 milhões de anos de antiguidade, acrescentou mistério sobre a origem dos mamíferos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista "Nature".

As análises dos fósseis mostram que os primeiros mamíferos surgiram entre 40 ou 50 milhões de anos antes do que sempre se tinha pensado, mas diferem em múltiplos aspectos no que diz respeito a sua evolução e adaptação posterior.

Os dois fósseis achados mostram o esqueleto, quase completo, de duas criaturas da extinta ordem Haramiyida, um grupo com grande êxito adaptativo e cuja relação com a origem dos mamíferos foi sempre debatida.

O primeiro deles, batizado com o nome de Arboroharamiya foi descoberto por uma equipe de paleontólogos do Museu de Ciências Naturais dos Estados Unidos e se trata de um animal adaptado a viver nas árvores.

Na pesquisa, a equipe americana partiu de estudos prévios que relacionavam a ordem Haramiyida com os multituberculados, outra ordem de mamíferos roedores, também extintos.

Após analisar os fósseis de Arboroharamiya, os cientistas, liderados por Jin Meng, concluíram que as características do esqueleto apoiavam a ideia de sua relação com os multituberculados e situavam a origem dos mamíferos em uma época mais adiantada do que se pensava até agora.

"Nossa análise indica que os mamíferos se desenvolveram muito rápido dentro do Triásico Superior e se diversificaram em morfologia e modo de vida durante o Jurássico, o que contrasta com outras estimativas prévias", disse à Agência Efe o chefe da pesquisa.

Meng acredita que sua descoberta ajudará a identificar outras espécies da Haramiyida através da análise de sua arcada dentária, além de mostrar o "complexo padrão da evolução dos mamíferos, cheia de convergências e reversões".

O segundo fóssil achado, descoberto por um grupo de paleontólogos da Universidade de Bonn (Alemanha), recebeu o nome de Megaconus e, em oposição ao anterior, sugere que as espécies da Haramiyida não tinham relação com os multituberculados.

Segundo Zhe-Xi Luo, chefe da equipe que descobriu o fóssil do Megaconus, esta espécie vivia na terra e tinha características muito mais primitivas que as do Arboroharamiya, especialmente em sua mandíbula e tornozelo.

Este fóssil indica que a origem dos mamíferos é "muito mais diversa, tanto em linhagens, como em espécies e adaptação", explicou Zhe-Xi Luo à Efe.

No entanto, segundo as duas equipes de paleontólogos, ainda são necessárias mais análises para conciliar os novos achados e contribuir, juntos, a ampliar o conhecimento da evolução adiantada dos mamíferos.

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