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Filme de Brad Pitt é sucesso de pirataria após ciberataque

O filme “Fury” se tornou um sucesso nos sites de compartilhamento de arquivos após ser roubado durante ataque digital à Sony

Brad Pitt durante conferência do filme Fury: drama foi baixado 500 mil vezes só em um serviço (Yuya Shino/Reuters)

Brad Pitt durante conferência do filme Fury: drama foi baixado 500 mil vezes só em um serviço (Yuya Shino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 16h13.

Los Angeles - O filme de guerra “Fury”, estrelado por Brad Pitt, se tornou um sucesso nos sites de compartilhamento de arquivos depois de ter sido roubado no dia 25 de novembro em um ciberataque ao estúdio de cinema e televisão da Sony Corp.

O drama da Segunda Guerra Mundial, lançado no dia 17 de outubro, foi baixado 500.000 vezes só em um serviço desde o ataque à Sony, disse Ernesto Van Der Sar, cujo site de notícias TorrentFreak acompanha questões relativas aos direitos autorais e à privacidade.

Ainda hoje, “Fury” chegará ao quinto lugar na lista semanal elaborada pelo TorrentFreak com os filmes mais pirateados, disse ele.

A onda de downloads ilegais de “Fury” é um sinal do dano econômico que os hackers podem infligir aos estúdios cinematográficos.

O flagelo que atormenta Hollywood, o Vale do Silício e os investidores custa até US$ 575 bilhões por ano à economia global, de acordo com um estudo publicado em junho pela McAfee, fabricante de software de segurança que é propriedade da Intel Corp., e pelo Center for Strategic and International Studies.

“O filme só esteve fora uns poucos dias” desde o ataque, disse Van Der Sar, que mede os downloads no site de compartilhamento de arquivos BitTorrent. O serviço de notícias da indústria de entretenimento Variety.com informou que a quantidade de downloads pode ser de mais de 1,2 milhão em diversos sites, citando a empresa de monitoramento de pirataria Excipio.

Os filmes da Sony, “Annie”, “Still Alice”, “Mr. Turner” e “To Write Love on Her Arms”, que ainda não foram lançados, também apareceram em sites que oferecem filmes pirateados desde o ataque da semana passada, que continua afetando os sistemas informáticos da Sony Pictures Entertainment, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

A Sony Pictures continua investigando o vazamento, inclusive a possibilidade de envolvimento da Coreia do Norte, disse a fonte.

O site Re/code informou no dia 28 de novembro que o estúdio estava analisando se o ataque coincidiu com o lançamento de “A entrevista”, uma comédia sobre um plano da CIA para assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-Un.

Crimes cibernéticos

A Sony Pictures, divisão de entretenimento da Sony, com sede em Tóquio, disse em um comunicado que o roubo foi um “ato criminoso” e que a empresa lidará com o assunto através da aplicação das leis.

O roubo de filmes concluídos mostra que os criminosos do ciberespaço estão buscando mais do que números de cartões de crédito ou de contas bancárias. Enormes videotecas de filmes e seriados de TV são os principais ativos de estúdios como a Sony Pictures, com sede em Culver City, Califórnia. Os roubos on-line, junto com os DVDs pirateados, custam ao setor bilhões de dólares por ano em vendas perdidas de ingressos ou de itens no varejo.

O ataque foi anunciado quando a imagem de uma caveira apareceu na tela dos computadores da empresa. A imagem vinha com uma mensagem que dizia que a Sony tinha sido atacada por #GOP, que poderia ser a sigla de “Guardiões da Paz” em inglês, e que dados confidenciais seriam divulgados se as demandas, que não foram reveladas, não fossem atendidas.

Outros ataques

O ciberataque desta semana não foi o primeiro que teve como alvo a Sony. Em 2011, o serviço de entretenimento on-line da Sony foi atacado por hackers que obtiveram acesso a informações de milhões de consumidores. A companhia foi criticada pelos legisladores dos EUA depois do ataque.

Em agosto, a Lions Gate Entertainment Corp. obteve uma ordem judicial para bloquear sites que distribuíam uma cópia supostamente roubada do filme de ação “Os mercenários 3”, estrelado por Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson e Harrison Ford. As cópias baixadas foram vistas por mais de 2 milhões de pessoas antes de o filme ser lançado no cinema.

Investigadores da Unidade Policial de Crimes contra a Propriedade Intelectual, de Londres, prenderam no dia 25 de novembro dois homens suspeitos de terem vazado o filme na internet antes da data de lançamento, 15 de agosto.

A dupla “pode ter roubado o filme de um sistema na nuvem”, disse a unidade policial em um comunicado.

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