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Fechou o cerco: Google é acusado mais uma vez de ser anticompetitivo

Companhia é acusada de usar seu monopólio para enfraquecer competidores no setor publicitário. Empresa ganhou US$ 37 bilhões com anúncios neste trimestre

Google: empresa enfrenta uma série de acusações de órgãos antitruste (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Google: empresa enfrenta uma série de acusações de órgãos antitruste (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 17h46.

Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 19h53.

O Google está novamente sendo acusado de não ser uma empresa anticompetitiva nos Estados Unidos. Um grupo de procuradores-gerais do Texas está acusando a companhia de Mountain View de abusar ilegalmente de seu monopólio sobre a tecnologia que distribui anúncios na internet para enfraquecer competidores.

É importante lembrar que a maior parte da receita do Google vem justamente das cifras obtidas com a venda de anúncios. Dos 46,1 bilhões de dólares faturados pela Alphabet, empresa-mãe do Google, no terceiro trimestre deste ano, uma fatia de quase 37,1 bilhões de dólares vieram com publicidade nas plataformas da empresa, mais de 80%.

A expectativa é de que este seja o primeiro processo de reguladores americanos em torno do monopólio de gigantes da tecnologia no setor de publicidade. “Se o mercado livre fosse um jogo de beisebol, o Google se posicionaria como o arremessador, o batedor e o árbitro”, disse Ken Paxton, o procurador-geral do Texas, em um vídeo no Twitter anunciando os planos.

A pressão de órgãos antitruste em cima do Google de outras gigantes da tecnologia cresceu em 2020. Nos últimos meses, um relatório devastador produzido nos Estados Unidos apontou os impactos negativos de como as empresas Apple, Amazon, Google e Facebook criaram um monopólio em torno de seus negócios, impedindo o crescimento de rivais.

Mais recentemente, nesta terça-feira (15), legisladores da União Europeia também fecharam o cerco. Foram propostas medidas legislativas que podem culminar em limitações para as big techs. O plano consista na aplicação de multas entre 6% e 10% do faturamento global de cada empresa no ano por violações de normas antitruste.

Houve ainda mais uma movimentação nos Estados Unidos, ocorrida na semana passada, em que a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), órgão semelhante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acusaram o Facebook de adquirir empresas jovens para minar a concorrência. Com isso, a companhia de Mark Zuckerberg pode ser obrigada a se desfazer de negócios como Instagram e WhatsApp.

O Google ainda não se manifestou sobre o assunto.

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