Tecnologia

FCC aprova normas para garantir "neutralidade da rede"

Votação na comissão foi três a dois, com 3 comissários ligados ao Partido Democrata votando a favor e 2 ligados ao Partido Republicano posicionando-se contra


	Internet: normas proíbem provedoras de serviços na internet de bloquearem qualquer tráfego de dados na rede
 (Getty Images)

Internet: normas proíbem provedoras de serviços na internet de bloquearem qualquer tráfego de dados na rede (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 17h27.

Washington - A Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) aprovou a decisão de regulamentar os serviços de internet como utilidade pública, o que expande o poder de supervisão do governo sobre o setor e impede as provedoras de estabelecerem "faixas rápidas" de tráfego de dados para quem pagar mais.

A votação na FCC foi três a dois, com três comissários ligados ao Partido Democrata votando a favor e dois ligados ao Partido Republicano posicionando-se contra.

A chamada "neutralidade na internet", defendida pelo presidente Barack Obama e por empresas provedoras de conteúdo, como a Netflix, deverá ser contestada na Justiça por empresas de telecomunicações, como Verizon Communications e AT&T.

As novas normas proíbem as provedoras de serviços na internet de bloquearem qualquer tráfego de dados na rede e de cobrarem mais por serviços "prioritários".

Elas também estendem a autoridade da FCC, ao determinar que a comissão deverá revisar os chamados acordos de interconexão entre empresas como Netflix e Comcast, para assegurar que eles são razoáveis e não prejudicam o consumidor.

O chairman da FCC, Tom Wheeler, foi aplaudido de pé ao entrar na sala da comissão onde a votação seria realizada.

O cofundador da Apple Steve Wozniak, que assistiu à reunião, disse que as empresas provedoras de banda larga precisam ser regulamentadas com maior rigor. "Banda larga é essencial, como água", afirmou.

A Verizon Communications protestou contra a aprovação das novas normas com um comunicado datilografado em uma máquina de escrever Remington e datada de 26 de fevereiro de 1934 - uma referência ao ano em que a Lei de Comunicações foi aprovada nos EUA.

Para a empresa, as normas aprovadas hoje são antiquadas e deverão criar incertezas e prejudicar a inovação.

As novas normas reclassificam a banda larga como um serviço de telecomunicações, sujeito a regulamentação pelo capítulo 2 da Lei de Comunicações.

Wheeler disse que a comissão está apenas estabelecendo a autoridade para garantir a neutralidade da internet e não vai impor regras que tornem os serviços mais caros, nem controles de preço.

No Congresso, o Partido Republicano está elaborando um projeto de lei que remove a reclassificação da banda larga como serviço de telecomunicações.

Em 2010, o Tribunal Federal de Recursos de Washington decidiu que a FCC havia exorbitado suas funções ao processar a Comcast por desacelerar o tráfico de dados para usuários de sites de partilha, como o BitTorrent.

No ano passado, o mesmo tribunal decidiu em favor da Verizon, que contestava a elaboração das chamadas normas da Internet Aberta.

A reclassificação da internet como sujeita ao capítulo 2 da Lei de Comunicações tem o objetivo de fechar essa brecha.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)InternetLegislaçãoPaíses ricos

Mais de Tecnologia

Quer proteger seus dados no iPhone? Confira três dicas de segurança

China acusa EUA de realizar mais de 600 ataques cibernéticos com apoio de aliados

Meta oferece R$ 1,4 bilhão para recrutar jovem de 24 anos em guerra por superinteligência

Qual será a potência do PlayStation 6? Rumor indica a escolha feita pela Sony