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Facebook usa e-mails de Zuckerberg para invalidar processo

Os advogados de Facebook apresentaram hoje perante um tribunal de Nova York um pedido para que o caso apresentado por Paul Ceglia seja anulado

Ceglia pediu que lhe reconhecessem como proprietário de 84% do Facebook (Gabriel Bouys/AFP)

Ceglia pediu que lhe reconhecessem como proprietário de 84% do Facebook (Gabriel Bouys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2012 às 20h55.

Nova York - O Facebook divulgou nesta segunda-feira 200 e-mails que seu atual presidente, Mark Zuckerbeg, na época aluno de Harvard, trocou com um designer que reivindica nos tribunais metade da popular rede social, em uma tentativa de desmontar um processo que começou em 2010.

Os advogados de Facebook apresentaram hoje perante um tribunal de Nova York um pedido para que o caso apresentado por Paul Ceglia seja anulado, acompanhado de mais de duas centenas de e-mails que a empresa californiana alega que Zuckerberg e o designer trocaram em 2004, segundo detalha o jornal 'The Wall Street Journal'.

No processo apresentado contra a rede social em 2010, Ceglia incluiu parte das mensagens que garante ter enviado a Zuckerberg em Harvard, e agora o Facebook responde com novos e-mails nos quais não consta nenhum dos mencionados pelo designer.

O Facebook argumenta que o suposto contrato apresentado por Ceglia para reivindicar metade da rede social é uma falsificação e acusa o designer de ter falsificado alguns dos e-mails, e por isso considera que o processo é uma 'fraude' em sua totalidade.

Nessa correspondência se percebe uma relação tensa entre ambos, um Zuckerberg zangado e chateado com Ceglia por ter recebido apenas US$ 9 mil dos US$ 19,5 mil que assegura ter pactuado pelo trabalho que realizou nos meses prévios de um projeto do designer chamado 'StreetFax', segundo detalha o 'The Wall Street Journal'.

Em um dos e-mails, datado de 25 de janeiro de 2004, uma semana e meia antes do lançamento de Facebook, o atual presidente da rede social comunica a Ceglia que não seguirá trabalhando com ele porque há 'muitas outras coisas' que ele gostaria fazer.


'Estou rodeado de algumas das pessoas mais brilhantes do mundo (...) Meu tempo é valioso e acho que é melhor investi-lo em outras coisas que sei, ou pelo menos espero, que serão mais gratificantes no futuro próximo', escreveu Zuckerberg em outro dos e-mails.

Segundo os advogados de Ceglia, o designer tinha o costume de guardar os e-mails em um documento de Word e assim os apresentou ao tribunal, enquanto a defesa do Facebook considera na última moção que a ausência desses correios em sua versão original evidencia que o processo é uma 'fraude óbvia'.

Além disso, os advogados de Facebook destacam que em uma de suas mensagens, da manhã do dia 3 de fevereiro de 2004, Ceglia felicita Zuckerberg pelo lançamento do Facebook e lhe diz que o site está 'fenomenal', mas lembram que isso é 'historicamente impossível' porque a rede só foi lançada na tarde deste dia.

Ceglia pediu que lhe reconhecessem como proprietário de 84% do Facebook, percentagem que rebaixou depois para 50%, e assegura que Zuckerberg lhe pediu para desenvolver um site dirigido aos estudantes de Harvard, cujo funcionamento seria similar a um livro virtual dos estudantes com o nome de 'The Face Book'.

O designer supostamente forneceu um total de US$ 1mil para o desenvolvimento do site em troca da metade da propriedade do 'The Face Book', que mais tarde se transformaria na rede social que conecta mais de 800 milhões de pessoas no mundo todo.

Em janeiro um tribunal de Búfalo (EUA) impôs uma multa de US$ 5 mil a Ceglia por não ter permitido o acesso às suas contas de e-mail como havia sido ordenado pela juíza Leslie Foschio, ignorando assim 'as claras ordens do tribunal'. 

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