Ativistas austríacos a favor da proteção de dados enfrentam o gigante das redes sociais (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 20h51.
Viena - O Facebook se comprometeu a excluir definitivamente de seus servidores as informações que os usuários apagarem de suas contas, segundo os ativistas austríacos a favor da proteção de dados que enfrentam o gigante das redes sociais.
A companhia, que armazena informações de seus usuários classificadas em pelo menos 76 categorias, também se comprometeu a oferecer mais detalhes sobre a gestão de seus dados, explicou nesta terça-feira, durante entrevista coletiva em Viena, o promotor das queixas contra o Facebook, Max Schrems, um estudante de Direito de 24 anos.
Como a sede internacional da empresa - que agrupa todos os usuários, exceto os dos Estados Unidos e Canadá - fica em Dublin, os ativistas apresentaram 22 queixas às autoridades de proteção de dados da Irlanda, onde as leis são mais rígidas que as americanas nesta área.
Após alegar que o Facebook não cumpre as normas da União Europeia (UE) sobre o tema, uma negociação, dentro da legislação da irlandesa, foi aberta para chegar a um acordo amistoso, em encontro realizado na segunda-feira.
Os ativistas anunciaram progressos em suas aspirações durante o encontro. 'Conseguimos que o Facebook nos entregue uma lista com todas as categorias de dados que guardam sobre nós (os usuários)', disse nesta terça-feira Schrems, que assegurou que o grupo seguirá pressionando a empresa americana para melhorar a gestão dos dados privados de seus usuários.
Schrems empreendeu sua batalha legal contra o Facebook há alguns meses, após descobrir que a empresa guardava um arquivo sobre ele que continha 1.222 paginas divididas em 57 categorias, como hobbies, gostos, opiniões religiosas, e assim por diante.
Entre os dados, o que o alarmou foram as informações e conversas que já tinha apagado, mas que o Facebook não eliminou definitivamente de seus servidores.
Esse arquivo foi o que motivou as queixas às autoridades irlandesas, que deram razão a Schrems no final de dezembro e um prazo até junho para o Facebook melhorar suas políticas de privacidade, e as negociações atuais fazem parte dessa decisão.
'No geral, tivemos a sensação de que nossas queixas foram levadas muito a sério e que nossas propostas serão aplicadas pelo Facebook', frisou Schrems.
O universitário austríaco também denunciou que as autoridades irlandesas não queriam desafiar o gigante da internet, deixando nas mãos de estudantes a defesa dos dados de milhões de usuários de Facebook.
'É um absurdo estudantes terem que negociar com uma multinacional sobre a privacidade de 800 milhões de usuários', concluiu Schrems.