. (Stephen Lam/Reuters)
São Paulo - O grupo secreto de desenvolvimento de dispositivos do Facebook, chamado Building 8, está construindo um bracelete que tornaria possível transformar os sons das palavras em vibrações compreensíveis. Dessa forma, a empresa de Mark Zuckerberg seria a primeira a permitir a comunicação direta entre cérebro e máquina.
Um estudo publicado em julho deste ano pelo grupo que coordena o laboratório apresentou o protótipo com descrição detalhada. Além do bracelete, o Building 8 também desenvolve um sensor cerebral que transformaria os pensamentos em texto.
A tecnologia que dá base ao funcionamento do bracelete consiste em transformar cada fonema - menor unidade sonora que constitui uma palavra - emitido pela fala em padrões de vibração igualmente distintos. Assim, ao ouvir palavra “casa”, por exemplo, o bracelete geraria quatro vibrações diferentes, que seriam interpretadas pelo usuário.
O dispositivo poderia ter diversos usos no cotidiano das pessoas, como ser uma alternativa para que pessoas surdas participem de conversas com pessoas que escutam, permitir que alguém “ouça” algo que não se pode ouvir e fazer com que pessoas interajam com telefones ou computadores enquanto dirigem, por exemplo.
O estudo realizou vários testes com 12 participantes, que eram treinados para usar o dispositivo e deveriam reconhecer 100 palavras com 39 fonemas diferentes. A performance dos testes foi satisfatória para a equipe de pesquisadores. “Todos os participantes foram capazes de aprender os símbolos táteis associados aos 39 fonemas ingleses com uma precisão de 92% em 100 minutos", afirma Freddy Abnousi, cardiologista coordenador do estudo, no relatório divulgado.
Muitas empresas de tecnologia enfrentam uma verdadeira corrida para imprimir seu nome na história ao ser a primeira marca de dispositivos que conectam as máquina à mente humana. Dois nomes são notórios na disputa e vêm conduzindo suas pesquisas por meio de programas não-oficiais: Mark Zuckerberg, com seu Building 8, e Elon Musk, com o Neuralink.
A ambição de ambos, no entanto, ainda pode demorar para se concretizar. Isso porque é preciso repensar a maneira como o ser humano interage com dispositivos físicos para que seja possível aceitar e incorporar um sistema se conecte diretamente com nosso cérebro.