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Facebook pisa no freio quanto ao número de anúncios no feed

A empresa está com receio de que o número excessivo de propagandas reduza o acesso de adolescentes ao site


	Celular conectado ao Facebook: as vendas com publicidade em celular somaram 49% do total de receitas com anúncios no terceiro trimestre
 (Frydolin / Wikimedia Commons)

Celular conectado ao Facebook: as vendas com publicidade em celular somaram 49% do total de receitas com anúncios no terceiro trimestre (Frydolin / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 10h21.

São Francisco - A Facebook Inc. está pisando no freio em relação ao número de anúncios que aparecem com as postagens do usuário e disse que os adolescentes mais jovens não estão acessando o site tanto quanto o faziam, sugerindo que o crescimento da receita pode perder força.

As ações do serviço de rede social mais popular do mundo recuaram após comentários do diretor financeiro, David Ebersman, que disse em uma teleconferência que o número de novos anúncios no feed não subirá de forma significativa.

A ação havia subido até 18 por cento depois que o Facebook reportou vendas no terceiro trimestre que superaram as estimativas dos analistas, enquanto os anunciantes gastaram mais em promoções direcionadas a usuários de smartphones e tablets.

Embora o uso do serviço entre jovens americanos tenha sido relativamente estável durante o trimestre, houve uma queda entre adolescentes mais jovens que acessam o site diariamente, disse Ebersman.

O Facebook não havia dado, anteriormente, qualquer sinal de que os usuários estavam se desconectando por causa do número de anúncios que eles veem enquanto checam postagens, imagens e outras atualizações de seus amigos.

“É uma linha tênue”, disse Brian Wieser, analista do Pivotal Research Group em Nova York, que classifica as ações com o equivalente a “segurar”. “Eles querem controlar a experiência do usuário. Eles não querem sobrecarregar o uso do Facebook dos clientes com propaganda”.

Crescimento de usuários

“Dado o alto preço da ação, dada a alta valorização, há espaço para decepções”, disse Scott Kessler, analista da S&P Capital IQ em Nova York, que classifica o Facebook com o equivalente a “segurar”.


O CEO Mark Zuckerberg tem construído recursos de anúncios que tornam mais fácil aos anunciantes atingirem os consumidores. O Facebook disse que a receita no último trimestre subiu 60 por cento, para US$ 2,02 bilhões, superando a projeção média de US$ 1,91 bilhão, segundo dados compilados pela Bloomberg.

As vendas com publicidade em celular somaram 49 por cento do total de receitas com anúncios no terceiro trimestre, superando os 41 por cento do período anterior e a previsão média dos analistas de 45,6 por cento.

O lucro, excluindo a compensação com base em ações, efeitos cambiários sobre a receita e outros itens, foi de 25 centavos por ação, disse a empresa em um comunicado ontem, contra uma média de previsões de analistas de 19 centavos.

Estratégia móvel

A receita líquida foi de US$ 425 milhões no terceiro trimestre, ou 17 centavos por ação, e o serviço de rede social continuou investindo em equipamentos, equipe e serviços. Isso contrasta com uma perda de US$ 59 milhões, ou 2 centavos, um ano antes.

“Os investimentos que estamos fazendo em dispositivos móveis, em particular, realmente estão valendo a pena”, disse Ebersman em uma entrevista. “Os dispositivos móveis já são importantes e nós pensamos que eles aumentarão em importância porque é com eles que as pessoas estão passando mais tempo”.

O Facebook, que não lançou anúncios em dispositivos móveis até o início de 2012, tem atualizado suas ofertas. Neste mês, a empresa disse que estava expandindo um serviço para deixar as empresas atingirem seus usuários com base em sua atividade online fora da rede social.

O Instagram, unidade do Facebook para compartilhamento de fotos e vídeos de dispositivos móveis, deverá começar a vender anúncios.

“O Facebook está no bom caminho para solucionar a questão dos anúncios em dispositivos móveis”, disse Paul Sweeney, analista da Bloomberg Industries. “A boa notícia para o Facebook é que mais de 70 por cento de seu uso é móvel, apesar de apenas 49 por cento das receitas virem de dispositivos móveis, sugerindo uma tendência de mais ganhos”.

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