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Facebook pagou terceirizados para ouvir e transcrever áudios de usuários

Rede social negou durante muito tempo agir desta forma para melhorar direcionamento de seus anúncios ou páginas de informação

FacebooK: empresa havia negado ação sobre dados de usuários (NurPhoto/Getty Images)

FacebooK: empresa havia negado ação sobre dados de usuários (NurPhoto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 21h25.

O Facebook pagou centenas de terceirizados para transcrever fragmentos de conversas de alguns usuários, revelou nesta terça-feira, 13, a agência Bloomberg, embora a rede social tenha negado durante muito tempo agir desta forma para melhorar o direcionamento de seus anúncios ou páginas de informação.

Em um comunicado enviado à agência financeira, o Facebook reconhece ter transcrito áudios de conversas com a autorização dos usuários, mas afirma ter posto fim a essa prática.

"Assim como a Apple e o Google, desde a semana passada congelamos a prática de ouvir áudios feita por pessoas", alegou a rede social.

Consultado pela AFP, o Facebook não respondeu imediatamente.

O Facebook explicou que estava autorizado a transcrever conversas pelos usuários de seu aplicativo Messenger.

Os terceirizados verificavam se a inteligência artificial da rede estava interpretando corretamente as mensagens.

Segundo a Bloomberg, os empregados encarregados da transcrição estavam preocupados com as implicações éticas de seu trabalho, não estavam informados sobre a origem dos aúdios nem sobre o uso que a empresa de Mark Zuckerberg fazia deles.

As gigantes Amazon, Apple e Google, todos vendedores de assistentes de voz, já haviam reconhecido fazer o mesmo para melhorar as respostas de seus aplicativos. A Apple e o Google anunciaram que abandonaram esta prática nas últimas semanas.

A Amazon, por exemplo, oferece a seus clientes a opção de bloquear o uso de suas conversas com Alexa, a inteligência artificial que impulsiona seus assistentes de voz Echo.

O Facebook, que acaba de pagar uma multa recorde de cinco bilhões de dólares às autoridades federais dos Estados Unidos por mau uso dos dados privados de seus usuários, negou durante muito tempo ouvir as conversas de seus usuários para orientar melhor seus anúncios ou tornar suas páginas mais atrativas.

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