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Facebook mostrará quais propagandas russas usuários curtiram

Facebook mostrará às pessoas quais páginas ou contas de propaganda russa elas seguiram e curtiram na rede social

Facebook: rede social mostrará a usuários quais propagandas russas eles curtiram (Getty Images/Getty Images)

Facebook: rede social mostrará a usuários quais propagandas russas eles curtiram (Getty Images/Getty Images)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 12h03.

O Facebook mostrará às pessoas quais páginas ou contas de propaganda russa elas seguiram e curtiram na rede social, respondendo a um pedido do Congresso dos EUA para lidar com a manipulação e a intromissão durante a eleição presidencial de 2016.

A ferramenta aparecerá até o final do ano no centro de suporte on-line do Facebook, informou a empresa em uma publicação de blog na quarta-feira. Ela responderá à pergunta do usuário: “Como posso ver se curti ou segui uma página do Facebook ou uma conta do Instagram criada pela Agência de Pesquisa da Internet?”. Essa é a empresa russa que criou milhares de publicações incendiárias a partir de contas falsas que se faziam passar por cidadãos dos EUA. As pessoas verão uma lista das contas que elas seguiram, caso tenham seguido alguma, de janeiro de 2015 a agosto de 2017.

Esta é a iniciativa mais direta do Facebook para explicar aos usuários como eles podem ter sido afetados pelas publicações da Agência de Pesquisa da Internet (IRA, na sigla em inglês), que atingiram cerca de 150 milhões de pessoas e provocaram polêmica sobre o direito ao porte de armas, a imigração, as relações raciais e a religião nos EUA, e chegaram a motivar protestos de ambos os lados de um debate no mundo real.

“É importante que as pessoas compreendam como atores estrangeiros tentaram semear discórdia e desconfiança através do Facebook antes e depois da eleição de 2016 nos EUA”, afirmou a empresa na publicação.

O Facebook, o Google, da Alphabet, e o Twitter prestaram horas de depoimento ao Congresso americano no início de novembro para explicar como a Rússia usou as plataformas para manipular os cidadãos dos EUA. As empresas se comprometeram a se empenhar mais para evitar que algo parecido volte a ocorrer e afirmaram que analisariam a possibilidade de informar aos usuários sobre sua exposição.

“Espero que o Google e o Twitter sigam o exemplo do Facebook”, disse o senador Richard Blumenthal, um democrata de Connecticut que é membro do Comitê Judiciário do Senado. Essas empresas não responderam a um pedido similar, de acordo com o escritório de Blumenthal.

O representante Adam Schiff, um democrata da Califórnia que é membro do Comitê de Inteligência da Câmara, disse que a iniciativa do Facebook é “um passo muito positivo”.

O Facebook mostrará às pessoas apenas o nome das páginas e das contas, não o conteúdo. Um usuário só verá o que ele curtiu ou seguiu, então, se eles simplesmente viram conteúdo da IRA em seu feed de notícias, eles não serão notificados.

É “muito mais desafiador” dizer de forma confiável às pessoas se elas foram expostas individualmente, disse o assessor-geral do Facebook, Colin Stretch, ao Congresso no início deste mês. Quando as pessoas curtem ou comentam uma publicação, essa publicação pode aparecer no feed de notícias de qualquer um de seus amigos — o que ajuda o conteúdo a se tornar viral.

O Facebook argumentou que não poderia afirmar com certeza quem prestou atenção a qual conteúdo. Essa postura fracassou porque os senadores observaram que o modelo de negócios do Facebook se baseia na segmentação e no monitoramento de anúncios.

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