Tecnologia

Facebook ganha fama de destruidor de casamentos

Cresce o número de divórcios que, de uma maneira ou de outra, envolvem a atividade das partes na rede social

Nos EUA, tribunais já admitem atividade no Facebook para determinar, por exemplo, quem fica com os filhos (Mattox/SXC)

Nos EUA, tribunais já admitem atividade no Facebook para determinar, por exemplo, quem fica com os filhos (Mattox/SXC)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 22 de maio de 2012 às 11h11.

São Paulo – O Facebook, rede social utilizada por mais de 900 milhões de pessoas em todo o mundo, está sendo uma boa ferramenta para destruição de lares. De acordo com uma pesquisa realizada pelo site Divorce Online, que presta consultorias sobre o assunto no Reino Unido, mais de um terço dos pedidos de divórcio no país, realizados no ano passado, contém a palavra Facebook nos autos.

Mas o fenômeno não fica restrito ao território britânico. Advogados ouvidos pelo site Smart Money, do Wall Street Journal, confirmam que, nos EUA, cresce cada vez mais a quantidade de casos que envolvem a rede social. Um deles, Gary Traystman, disse ver com frequência cada vez maior o número de divórcios causados por fatos que aconteceram no Facebook.

De acordo com ele, a cada 15 casos conduzidos, nos quais as evidências são relacionadas a e-mails, mensagens de texto ou mesmo histórico do navegador, 60% envolvem exclusivamente atividades na rede social.

Mas por que, afinal de contas, o Facebook está cada vez mais assumindo nos tribunais o papel de testemunha sobre o comportamento das pessoas? Bom, para o autor do livro “Facebook and Your Marriage” (Facebook e o Seu Casamento), K. Jason Krafsky, a rede serve como uma espécie de catalisador de romances extraconjugais e tem sido utilizado para conectar e reconectar pessoas.

Sejam aquelas que já tiveram algum tipo de relacionamento no passado ou usuários que se conhecem apenas de vista. Para o autor, tais possibilidades facilitam que uma pessoa, que normalmente não teria coragem de trair, se arrisque a ter um caso. Algo que, em outras circunstâncias, talvez não acontecesse.

Porém, além de ter se tornado o meio favorito de quem quer pular a cerca, percebe-se também uma importante mudança no comportamento dos tribunais americanos em relação às atividades que acontecem dentro dos servidores do Facebook. Para Randy Kessler, especialista em direito de família, quando o divórcio termina em um tribunal nos Estados Unidos e o affair ou affairs entram em jogo, a atividade na rede social vem à tona.

O advogado lembra um caso no qual um juiz determinou que as partes entregassem suas respectivas senhas para os advogados. A partir do que foi encontrado por lá, foi possível traçar o perfil de cada um, principalmente em relação ao excesso de festas e comentários maldosos sobre o ex-parceiro.

E aí o Facebook deixa de ser testemunha e vira ferramenta. A atividade na rede é admitida como prova e é considerada, inclusive, um complemento para auxiliar um juiz a determinar, por exemplo, quem fica com a custódia dos filhos ou qual será valor da pensão.

O problema, finaliza Kessler, não é em absoluto a rede social de Mark Zuckerberg. Mas sim como as possibilidades oferecidas por ela estão sendo usadas, por muitos, para fins escusos. 

Acompanhe tudo sobre:CasamentoDivórcioEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookFamíliaInternetRedes sociais

Mais de Tecnologia

Quem é Ross Ulbrich? Fundador de marketplace de drogas recebeu perdão de Trump

Microsoft investe em créditos de carbono no Brasil

Apple está perto de conseguir um acordo para liberar as vendas do iPhone 16 na Indonésia

Musk, MrBeast ou Larry Ellison: quem vai levar o TikTok?