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Facebook enfatizará amigos, e não notícias, nos feeds de usuários

Mark Zuckerberg informou que a empresa vai mudar o filtro do News Feed para priorizar o que os amigos e a família compartilham

Facebook: mudança provavelmente significará que o tempo que as pessoas gastam no Facebook e algumas medidas de engajamento vão cair no curto prazo (Foto/Getty Images)

Facebook: mudança provavelmente significará que o tempo que as pessoas gastam no Facebook e algumas medidas de engajamento vão cair no curto prazo (Foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 10h43.

Última atualização em 12 de janeiro de 2018 às 13h34.

São Francisco / Los Angeles - O Facebook começou na quinta-feira a mudar a forma como filtra mensagens e vídeos no News Feed, dando início ao que o presidente-executivo, Mark Zuckerberg, disse ser uma série de mudanças no design da maior rede social do mundo.

Zuckerberg, em uma abrangente mensagem no Facebook, informou que a empresa vai mudar o filtro do News Feed para priorizar o que os amigos e a família compartilham, reduzindo a quantidade de conteúdo não publicitário de publicações e marcas.

O Facebook, que possui quatro dos aplicativos de smartphones mais populares do mundo, incluindo o Instagram, por anos tem priorizado o material que seus complexos algoritmos de computador pensam que as pessoas vão se envolver com comentários, "curtir" ou outras formas de mostrar interesse. Zuckerberg, o cofundador de 33 anos da empresa, disse que esse não será mais o objetivo.

"Estou mudando o objetivo que eu atribui a nossas equipes de produtos para que deixem de se concentrar em ajudá-lo a encontrar conteúdo relevante para ajudar você a ter interações sociais mais significativas", escreveu Zuckerberg.

A mudança provavelmente significará que o tempo que as pessoas gastam no Facebook e algumas medidas de engajamento vão cair no curto prazo, disse o cofundador, acrescentando que a mudança será melhor para os usuários e para o negócio no longo prazo.

A publicidade na rede social não será afetada pelas mudanças, afirmou John Hegeman, um vice-presidente do Facebook, em entrevista.

O Facebook e as redes sociais concorrentes foram inundados por críticas de que seus produtos reforçam os pontos de vista dos usuários sobre questões sociais e políticas e levam a hábitos de visão viciantes, levantando questões sobre possíveis regulamentos e a viabilidade a longo prazo das empresas.

A companhia foi criticada por algoritmos que podem ter priorizado informações enganosas e desinformação nos feeds das pessoas, influenciando as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016, bem como o discurso político em muitos países.

No ano passado, o Facebook revelou que agentes russos usaram a rede para espalhar mensagens inflamadas para polarizar o eleitorado norte-americano.

Zuckerberg disse que uma revisão dos produtos da empresa, começando com as mudanças nos algoritmos que controlam o News Feed, ajudará a resolver essas preocupações. Alterações semelhantes serão feitas para outros produtos nos próximos meses, afirmou o cofundador.

"Nós sentimos uma responsabilidade para garantir que nossos serviços não sejam apenas divertidos de usar, mas também sejam bons para o bem-estar das pessoas", escreveu Zuckerberg.

Com mais de 2 bilhões de usuários mensais, o Facebook é a maior rede social do mundo. É também uma das maiores empresas do mundo, com receita de 36 bilhões de dólares, principalmente de publicidade, nos 12 meses encerrados em 30 de setembro.

Mudança de conteúdo não publicitário produzido por empresas é um golpe potencialmente grave para as organizações de notícias, muitas das quais usam o Facebook para atrair leitores, mas Zuckerberg disse que muitos desses posts não são saudáveis.

"Algumas notícias ajudam a iniciar conversas em questões importantes. Mas muitas vezes hoje, assistir a vídeos, ler notícias ou obter uma atualização de página é apenas uma experiência passiva", escreveu ele.

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