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Facebook é acusado de criar perfis fantasmas

Mecanismos como sincronizar agenda e contatos de e-mail ou enviar convites são formas de o Facebook coletar e armazenar informações sobre não-membros, segundo entidade

Facebook: acusação faz parte de uma queixa aberta pelo Irish Data Protection Commissioner (IDC), a entidade de proteção de dados da Irlanda (Getty Images)

Facebook: acusação faz parte de uma queixa aberta pelo Irish Data Protection Commissioner (IDC), a entidade de proteção de dados da Irlanda (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2011 às 11h59.

São Paulo- O Facebook está sendo acusado de incentivar usuários a entregarem informações sobre seus contatos ainda não membros da rede e criar “perfis fantasmas” – verdadeiros arquivos contendo dados sobre eles.

A acusação faz parte de uma queixa aberta pelo Irish Data Protection Commissioner (IDC), a entidade de proteção de dados da Irlanda.

Em um documento divulgado primeiramente em uma reportagem da rede americana Fox News, a entidade alega que mecanismos como sincronizar a agenda e os contatos de e-mail ou enviar convites são formas de o Facebook coletar e armazenar informações sobre não-membros, e também mecanismos “escusos” para que os usuários entreguem informações sobre seus conhecidos no mundo real.

Os dados recolhidos incluiriam nomes completos, telefones, informações sobre trabalho e até mesmo dados mais sensíveis – como orientação política, sexual e religiosa.

A queixa inicial, que motivou a investigação contra a rede social, surgiu no dia 18 de agosto. O IDC recebeu uma reclamação formal contra o Facebook Irlanda de um austríaco chamado Max Schrems, de 24 anos.

O motivo de um morador da Áustria enviar uma queixa à entidade irlandesa é simples: os usuários do Facebook nos Estados Unidos e Canadá possuem “contrato” (termo que aceitam quando ingressam na rede) com a Facebook Inc, empresa com sede na Califórnia. Já aqueles residentes em qualquer outro país possuem uma ligação com o Facebook Irlanda.

Segundo informações da Cnet, em junho, Scherems estava viajando e assistiu a uma palestra do Facebook em uma Universidade na Califórnia.

Ele decidiu solicitar seus dados à empresa e, para sua surpresa, recebeu um CD com 1200 páginas contendo seu histórico de três anos de atividades: todas as solicitações de amizade, bate papos completos e até cutucadas.  O detalhe é que essas informações incluíam até mesmo material  que ele havia deletado – como amigos “excluídos”.


Schrems decidiu registrar queixa com o IDC, o que levou a entidade a solicitar uma auditoria no Facebook. Segundo um representante disse à Fox News, a multa poderia chegar a US$137 mil.

O Facebook, no entanto, nega todas essas acusações. Em um comunicado enviado à CNet, um representante da empresa disse que essas alegações são falsas.

Segundo ele, e-mail e o nome dos convidados ficam gravados para que o usuário seja avisado quando o contato entrar na rede social. Esta seria uma prática comum entre todos os serviços de convites.

O representante disse ainda que as pessoas podem deletar as mensagens de suas caixas de entrada e  saída, mas que não é possível deletar mensagens já enviadas da caixa de entrada do receptor, ou apagar uma mensagem que você recebeu da caixa de saída de um terceiro (por isso conteúdos apagados por alguém podem continuar armazenados nos servidores da empresa).

O Facebook disse que esclarecerá esta e quaisquer outras questões à entidade Irlandesa.

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