Aplicativo do Candy Crush em um iPhone: embora o Facebook tenha sido um site fundamental, muitos programadores voltaram sua atenção para a construção de apps para smartphones (Andrew Harrer/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 14h03.
San Francisco - A Facebook quer mais produtores como o de Monster Shooter.
A rede social recentemente tentou contato com a Huuuge, produtora do jogo, com sede en Helsinque, para convencer a equipe a desenvolver aplicativos móveis com suas ferramentas. A startup não se impressionou, disse Anton Gauffin, fundador e presidente-executivo da Huuuge.
“Eu não acredito que os desenvolvedores realmente vejam o Facebook como uma ferramenta ou como uma ajuda aos desenvolvedores”, disse Gauffin, que acrescentou que sua equipe produz jogos usando software da Apple Inc.
A Facebook está se esforçando para mudar essa ideia, nesta semana, na conferência de desenvolvedores F8, em São Francisco, o primeiro grande evento da empresa para produtores de aplicativos desde 2011. Embora o Facebook tenha sido um site fundamental no qual produtoras de softwares como a Zynga introduziram seus jogos, muitos programadores, desde então, voltaram sua atenção para a construção de aplicativos para smartphones.
Na F8, o CEO Mark Zuckerberg tentará ganhar os desenvolvedores com uma nova mensagem: o Facebook tem um software que torna mais fácil construir aplicativos para telefones celulares, além de ferramentas que ajudam os programadores a venderem esses produtos aos 1,28 bilhão de usuários da rede social. Quanto mais os desenvolvedores usam as tecnologias, mais destaque a rede social ganha em um mundo de dispositivos móveis dominado por Apple e Google Inc.
No centro da estratégia para desenvolvedores da Facebook Inc. está o Parse, que a empresa adquiriu há um ano. O Parse oferece tecnologia para construir aplicativos mais rapidamente e manter os consumidores envolvidos. Nos últimos 12 meses, o número de aplicativos produzidos com ferramentas do Parse mais que triplicou, para 260.000, disse a empresa. O Parse será apresentado durante o discurso de Zuckerberg na F8, em 30 de abril, e o CEO será acompanhado no palco pelo diretor do Parse, Ilya Sukhar.
“Agora estamos absolutamente focados em resolver os problemas das pessoas: produzir, crescer, monetizar”, disse Sukhar, que é também chefe de produtos para desenvolvedores da Facebook Inc.
Dispositivos móveis
Conseguir que mais desenvolvedores usem suas ferramentas é fundamental para as ambições da Facebook Inc. relacionadas a dispositivos móveis. Os anúncios móveis atualmente geram 59 por cento da receita da empresa com anúncios, acima de um volume quase nulo na época da oferta pública inicial, em 2012. O negócio móvel fortaleceu as ações da empresa, que mais que dobraram nos últimos 12 meses. Embora os valores dos papéis tenham caído no final da semana passada, a Facebook Inc. está em alta de 5,6 por cento no ano, contra uma queda de 2,4 por cento do índice Nasdaq Composite.
Alguns produtores de softwares não serão conquistados facilmente, disse Slaven Radic, CEO da Tapstream Network Inc., com sede em Vancouver, que trabalha com desenvolvedores de dispositivos móveis. Ele disse que tem visto alguns desenvolvedores, incluindo produtores do aplicativo de compartilhamento secreto Secret, escolherem construir laços sociais em seus produtos usando as listas de contatos que os consumidores mantêm em seus smartphones em vez de uma lista de amigos no Facebook.
Apple, Google
No mundo móvel, os desenvolvedores também estão mais focados em atrair a Apple e a Google, que são os principais distribuidores de aplicativos por meio de suas lojas on-line, disse Gauffin, da Huuuge.
“Com toda essa concorrência de agora, eu não sei se eles poderão voltar aos seus dias de glória”, disse ele.
Contudo, o uso do Facebook e de suas ferramentas está compensando para Itai Tsiddon, um dos fundadores da produtora de aplicativos Lightricks. A empresa começou o desenvolvimento com o Parse no ano passado após tentar usar anúncios do Facebook. A equipe de Tsiddon, inicialmente formada por ele e quatro colegas com US$ 500 para marketing, confiaram nos anúncios para impulsionar os downloads do Facetune, um aplicativo de edição de selfies.
“Cada vez que mandamos uma notificação, definitivamente vemos picos realmente grandes, de dois dígitos” no uso, disse Tsiddon.