Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.
São Paulo - Órgãos regulatórios e ativistas estão questionando as políticas de privacidade em relação a usuários de sites de redes sociais como YouTube e Google, e, principalmente, do gigante Facebook, ao que tudo indica, o principal alvo.
Maior rede social do mundo, com cerca de 400 milhões de usuários em apenas cinco anos de vida, o Facebook vem sendo questionado na Europa e nos Estados Unidos por abrir os seus dados ao público em geral.
Já no fim de 2009, a empresa promoveu mudanças que escancararam ainda mais informações sobre os seus usuários, disponíveis ao público em geral. No mês passado, o Facebook anunciou os seus planos de compartilhamento automático de informações sobre seus usuários com outros sites.
Acredita-se que a empresa ainda não seja um alvo declarado por parte de legisladores pelo fato de sua política de deixar nas mãos dos seus usuários o controle sobre os dados. O internauta que posta qualquer conteúdo novo tem a opção de decidir se deseja abrir o acesso a uma pessoa, um grupo ou mesmo por toda a web.
A estratégia do Facebook de tornar os dados pessoais acessíveis ao público em geral tem por objetivo melhorar a sua capacidade de dirigir publicidade personalizada aos seus usuários.
Mas o Facebook e as demais redes sociais devem enfrentar, em breve, ações regulatórias mais severas, na Europa e nos Estados Unidos, seus principais mercados.
Viviane Reding, comissária de Sociedade da Informação da União Europeia, ameaçou intervir nesses sites, por meio de projetos de lei, caso eles não dêem a devida atenção à manutenção da privacidade dos seus usuários menores de idade.
Marcação igualmente pesada vem sendo realizada pelos norte-americanos. Pamela Jones Harbour, comissária da Comissão Federal do Comércio, criticou recentemente os sites de redes sociais por não fazerem o suficiente para proteger os seus usuários.
Em resposta, Tim Spaparani, diretor de política pública do Facebook em Washington (EUA), afirmou não haver muitos indícios de que o seu site esteja causando transtornos ao permitir que as pessoas compartilhem informações pessoais online.
O diretor de política pública do Facebook na Europa, Richard Allen, manifestou preocupação com a possibilidade de que novas leis inibam o desenvolvimento de tecnologias.
"Regulamentação excessivamente detalhada pode se desatualizar muito rapidamente e sem atingir os objetivos das autoridades. E o preço que se paga é a perda de inovação", afirma.
Na melhor política da boa vizinhança, visando afastar eventuais medidas regulatórias mais intensas, o Facebook reforçou sua presença de lobby na Europa, contratando novos funcionários para esse fim, na França e na Alemanha. A ideia é poder enfrentar o esperado aumento no número de ações de autoridades dos EUA e da União Europeia.