Tecnologia

Fabricantes de tablets aumentam aposta no Brasil

Para aproveitar a redução dos impostos sobre tablets, empresas estão revisando suas estratégias de negócios no país

Segundo o IDC, a desoneração dos tablets só terá um impacto relevante sobre as vendas em 2012 (Divulgação)

Segundo o IDC, a desoneração dos tablets só terá um impacto relevante sobre as vendas em 2012 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 06h22.

São Paulo - Empresas de tecnologia que entraram no mercado de tablets após o lançamento do iPad, da Apple, no ano passado, estão revisando suas estratégias de negócios e aumentando as apostas no Brasil após o governo ter desonerado os aparelhos.

A norte-americana Motorola e a coreana Samsung já produzem tablets no Brasil. A brasileira Positivo Informática planeja o lançamento de um modelo para o segundo semestre e a ZTE, da China, produzirá o aparelho em sua nova fábrica em Hortolândia, interior de São Paulo.

O governo publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira medida provisória que inclui computadores tablets no regime que dá incentivos fiscais para a produção de bens de informática.

A medida estabelece a inclusão dos tablets pouco após integrantes do governo anunciarem que a taiuanesa Foxconn avalia fabricar produtos da Apple no país, inclusive o iPad.

A Samsung, que concorre com o iPad com o tablet Galaxy Tab, já produz o aparelho em sua fábrica de Campinas, interior de São Paulo. Porém, o Galaxy Tab --com tela de 7 polegadas-- não receberá benefícios fiscais por ter funções de voz e ser classificado oficialmente como um celular.

Para aproveitar a redução dos impostos sobre tablets, a Samsung lançará dois modelos no país com telas de 8 e 10 polegadas.

"Já estamos com projetos tramitando para arrogar os incentivos aos aparelhos... Quando aprovados, no dia seguinte passaremos a fabricá-los em Campinas (SP)", afirmou à Reuters o vice-presidente de Novos Negócios da Samsung no Brasil, Benjamin Sicsu.

O enquadramento dos tablets na chamada "Lei do Bem" permite que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) baixe nesses produtos de 15 para 3 por cento. Além disso, a alíquota do PIS/Cofins cai de 9,25 por cento para zero. A expectativa do governo é que os preços dos tablets ao consumidor caíam em cerca de 30 por cento.


A ZTE --que anunciou investimento de 350 milhões de reais na fábrica em Hortolândia, durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China em abril-- vai produzir seu tablet V9 na nova unidade e também sob contrato com a terceirizada Evadin, em Manaus.

O presidente da ZTE do Brasil, Eliandro Ávila, afirmou que ainda não há data fixa para começar a produção, mas que a demanda já é grande o bastante.

"Creio que o mercado passará a ficar mais aquecido a partir de agosto ou setembro. Os tablets são a grande promessa para o Natal. Pretendemos vender 150 mil unidades em 1 ano", disse Ávila à Reuters.

A ZTE também terá um novo modelo de tablet com lançamento mundial que passará a ser produzido no Brasil.

A Motorola, que compete no setor com o tablet Xoom, já produz o aparelho no país, na fábrica de Jaguariúna, interior de São Paulo. "A estratégia de precificação do tablet da empresa será revisada após a aprovação dos benefícios fiscais pelo governo", disse a companhia por e-mail.

A fabricante norte-americana afirmou já ter enviado requisição ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para usufruir dos benefícios fiscais para tablets.

De acordo com a empresa de pesquisa IDC, as vendas de tablets no Brasil devem chegar a 300 mil unidades em 2011, com a maior movimentação ocorrendo nos seis últimos meses do ano. Nessa época, mais produtos do exterior terão chegado ao mercado brasileiro e as fabricantes nacionais já terão se posicionado com seus próprios produtos.

Segundo o IDC, a desoneração dos tablets só terá um impacto relevante sobre as vendas em 2012, levando-se em conta o tempo de produção dos dispositivos brasileiros.

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