Tecnologia

F1 trata tecnologia como segredo industrial

Ninguém vê durante a corrida mas, atrás dos boxes, engenheiros ficam monitorando todo o desempenho dos carros da F1 nas pistas

Nos boxes, mecânicos, engenheiros e pilotos concordam: o melhor carro é aquele que melhor aproveita os recursos da tecnologia. (Getty Images)

Nos boxes, mecânicos, engenheiros e pilotos concordam: o melhor carro é aquele que melhor aproveita os recursos da tecnologia. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2012 às 13h59.

São Paulo – A Fórmula 1 é considerada a categoria com mais tecnologia embarcada no automobilismo. Não à toa. A evolução dos carros e das equipes ao longo dos tempos chegou ao ponto que cada centésimo vale a liderança de uma prova.

Por esta causa, o software, o design e o material usado no desenvolvimento dos carros são totalmente confidenciais. As equipes guardam seus projetos como verdadeiros segredos industriais. Há uma razão. Nos boxes, mecânicos, engenheiros e pilotos concordam: o melhor carro é aquele que melhor aproveita os recursos da tecnologia.

Numa visita aos boxes do Grande Premio Brasil, Oliver Anderson, chefe de operações de marketing da equipe Lotus, explica o porquê dessa opinião uníssona.

Um carro de F1, quando vai à pista, envia dados para os computadores que estão nos boxes. As informações revelam não só como o comportamento dos carros, mas como o jeito que os pilotos da equipe Kimi Räikkönen e Romain Grosjean dirigem.

Baseado nesses dados, os mecânicos ajustam o motor e as asas do carro, os engenheiros planejam paradas nos boxes, as pressões ideais para os pneus e, ainda, o decide se o piloto deve acelerar ao máximo ou diminuir os giros no motor. “Cada volta feita pelo carro da escuderia rende até 25 MB de dados”, diz.

Segundo Anderson, os dados gerados pelos carros são simultaneamente compartilhados com o Reino Unido, onde fica a sede da equipe. “Lá, uma parte da equipe ajuda a encontrar a melhor configuração para o carro e até a encontrar o melhor processo para trocar o pneu em 3 segundos”, afirma.

Ninguém vê durante a corrida. Mas, atrás dos boxes, engenheiros ficam monitorando todo o desempenho dos carros da F1 nas pistas. Os notebooks destes profissionais, ligados aos monitores de 17 polegadas, expõem gráficos, relatórios e até simulações de como deve ser a condução do F1. “Temos 80 funcionários que viajam durante o ano todo, passando até 200 dias longe de casa, para ajudar os pilotos nas corridas”, diz. “Fora isso, a equipe tem mais 500 profissionais em Enstone, base da equipe no Reino Unido, trabalhando dia e noite, para a gente mandar o carro para a pista”.

Avanade – As equipes precisam captar patrocínios e parcerias para reduzir os custos e os impactos gerados pelas etapas. A Lotus firmou em maio uma parceria com a Avanade, joint-venture formada pela Accenture e Microsoft, para auxiliar nos casos de logística e consciência ambiental.

O acordo de três anos começou após parcerias da Lotus com a Microsoft Dynamics. A Avanade oferecerá a experiência na plataforma Microsoft para auxiliar nas operações e reduzir os custos – fator que a FIA (Federação Internacional do Automobilismo) pede constantemente às equipes.

A empresa irá fazer a consultoria da escuderia na área de logística, fator crítico das equipes, que precisam mover suas fábricas entre os países que sediam as etapas em uma ou duas semanas.

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