Agência de notícias
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 08h04.
Voos comerciais operados pela JetBlue Airways e American Airlines foram forçados a realizar manobras de desvio após durante um teste parte de um foguete Starship da SpaceX, de Elon Musk, explodir na quinta-feira.
Alguns voos sobre o Caribe foram vistos desviando ou circulando no meio do trajeto, conforme mostrado no site de rastreamento Flightradar24. A Administração Federal de Aviação (FAA), que regula atividades de lançamentos privados, informou em comunicado que reduziu temporariamente a velocidade e desviou aeronaves ao redor da área onde os detritos do veículo espacial estavam caindo, mas confirmou que as operações normais já foram retomadas.
A JetBlue e a American Airlines foram contatadas para comentar.
A interrupção ocorre dias após a Qantas Airways ser forçada a atrasar alguns voos entre Austrália e África do Sul, atendendo a alertas do governo dos Estados Unidos sobre outros detritos de foguetes da SpaceX.
A última vez que um compartimento superior de um foguete Starship falhou foi em março do ano passado, durante a reentrada na atmosfera terrestre sobre o Oceano Índico, mas raramente um incidente da SpaceX causou interrupções generalizadas no tráfego aéreo.
No Aeroporto Internacional de Miami, alguns voos foram suspensos, de acordo com uma testemunha citada pela Reuters. Dezenas de voos comerciais foram desviados para outros aeroportos ou alteraram suas rotas para evitar possíveis detritos, conforme registros de voos no site de rastreamento FlightRadar24.
A FAA frequentemente fecha o espaço aéreo para lançamentos e reentradas espaciais, mas pode criar uma "área de resposta a detritos" para impedir a entrada de aeronaves caso o veículo espacial apresente uma anomalia fora da zona originalmente fechada.
Na quinta-feira, a SpaceX conseguiu repetir a façanha técnica de capturar, em seu retorno à Terra, o estágio propulsor de seu megafoguete Starship, mas o compartimento superior da espaçonave explodiu e caiu no meio do Oceano Atlântico.
A empresa do bilionário Elon Musk realizou o que é considerado uma proeza de engenharia ao capturar, em uma descida controlada, pela segunda vez desde outubro, o propulsor "SuperHeavy" utilizando braços mecânicos – chamados de "hashis" – instalados em sua torre de lançamento.
O propulsor desceu de forma precisa usando seus motores, o que gerou gritos de comemoração e aplausos da equipe de missão da SpaceX no quartel-general da empresa em Boca Chica, Texas.
No entanto, a celebração durou pouco, pois a nave Starship perdeu contato com a base, e a SpaceX confirmou que sofreu um "desmontagem rápida não programada", um eufemismo da empresa para se referir a uma explosão. Os destroços luminosos no céu foram vistos de longe, e o próprio Musk divulgou vídeos. Ele afirmou no X que a causa preliminar foi um vazamento de oxigênio e combustível. Este foi o sétimo teste do tipo.
O sétimo voo de teste do megafoguete da SpaceX foi realizado no mesmo dia em que a empresa Blue Origin, de Jeff Bezos, realizou o voo inaugural bem-sucedido do foguete New Glenn a partir de Cabo Canaveral, Flórida.
A CNN lembrou que a Nasa contratou a Starship para pousar seus astronautas na Lua, na missão Artemis III, programada para 2027. A agência espacial americana vai pagar à empresa de Musk mais de US$ 4 bilhões pela empreitada com o foguete e a nave que protagonizaram o incidente de hoje.