Tecnologia

Executivos defendem mais investimento em tecnologia

Resolver os problemas de logística é essencial para aumentar a competitividade da economia brasileira e permitir uma inserção maior das empresas locais

TI (Reprodução)

TI (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 08h00.

O investimento em inovação pode ser uma ferramenta importante para remover ou minimizar os gargalos de infraestrutura existentes no País. Resolver os problemas de logística é essencial para aumentar a competitividade da economia brasileira e permitir uma inserção maior das empresas locais no mercado global.

Para a vice-presidente para Assuntos Governamentais e de Políticas Públicas da GE América Latina, Adriana Machado, uma das principais lacunas da infraestrutura logística brasileira é o baixo investimento em ferrovias.

"Nessa questão de infraestrutura, a gente sabe o que tem de fazer, há estudos que mostram as soluções, o que precisamos é acelerar a execução das coisas", afirmou. Segundo a executiva, para competir de forma global é preciso velocidade. "O mundo não para e está girando cada vez mais rápido."

A falta de decisão política para fazer as obras necessárias em infraestrutura também é, para o diretor de operações de negócios de centro de P&D da EMC, Fred Arruda, a principal barreira para o desenvolvimento brasileiro em pesquisa e inovação. "É preciso ter coragem de colocar o dedo na ferida e ciência e tecnologia não deve dar voto", criticou Arruda. "É inacreditável ter uma Zona Franca de Manaus sem infraestrutura de energia e telecomunicações." Ele também lamentou o fato de apenas 12% dos cursos de pós-graduação no Brasil terem nível internacional.

O vice-presidente executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern, disse que, além de cobrar do governo, é preciso criar um ambiente de colaboração para que se avance em várias áreas, como infraestrutura e inovação. "Temos dificuldades e desafios monumentais a superar e precisamos pensar o que nós, em conjunto, podemos fazer melhor", disse o vice-presidente da Embraer, lembrando ainda a contradição entre um País que é a sétima economia do mundo, mas tem apenas o 85º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Segundo Kern, é de responsabilidade de todos - empresas, governo, universidades - criar iniciativas para o desenvolvimento do País. "É possível a gente tomar iniciativas e construir soluções para questões estruturais. Iniciativa é uma ação que está na primeira pessoa", reforçou o executivo.

Rodrigo Fonseca, diretor da Finep, afirmou que percebe um certo otimismo por parte de empresas para investir em inovação. "A despeito de algumas notícias negativas, a demanda da Finep tem crescido muito e o interesse das empresas motiva a trabalhar muito mais."

Lei do Bem

Os executivos comentaram ainda a existência da Lei 11.196/05, conhecida como Lei do Bem, que concede incentivos fiscais às empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento. Para Arruda, apesar da existência da lei ser um instrumento importante para estimular a inovação "há um desconhecimento sobre o tema". "Há muitas empresas pequenas que poderiam investir mais."

Além da comunicação, a executiva da GE ponderou que a Lei do Bem precisa também ampliar sua abrangência. "Ela é ótima, mas precisa melhorar." Kern, da Embraer, ponderou que a questão tributária brasileira em relação à inovação e tecnologia "tem evoluído mais rapidamente do que em outros setores". "Mas ela ainda é muito complexa", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:INFO

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não