E-wallet: Peixe Urbano estava testando sua plataforma de pagamentos por QR Code no Rio de Janeiro em Florianópolis (Peixe Urbano/Reprodução)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 10h45.
São Paulo – O Peixe Urbano é a mais nova empresa a aderir à moda das carteiras digitais. Com exclusividade para a Exame, a plataforma de ofertas revelou detalhes da Peixe Pay, e-wallet que poderá ser usada tanto para pagamentos no aplicativo como em compras realizadas em estabelecimentos físicos espalhados pelo Brasil.
A carteira digital do Peixe Urbano não é exatamente nova, mas ainda não havia sido lançada oficialmente. Nos últimos meses, o produto passou a ser testado no Rio de Janeiro e em Florianópolis. A partir desta quarta-feira (25), o serviço deixa a fase de testes e começa a expansão nacional, o que deve acontecer até o começo do ano que vem.
“Queremos simplificar o processo de pagar contas, economizar tempo em fila e criar uma plataforma de benefícios para o usuário”, diz Ilson Bressan, CEO do Peixe Urbano. Segundo o executivo, a plataforma também deve ofertar programas de fidelidade com estabelecimentos específicos. “Os parceiros terão ainda mais capacidade para gerar fluxo de clientes.”
A partir do momento em que o aplicativo for lançado, a empresa vai se preparar para cumprir metas ambiciosas. Nos planos, o número de estabelecimentos comerciais parceiros deve passar dos 200 avaliados durante a fase de testes para 100 mil nos próximos 18 meses. Inicialmente, a companhia espera atingir 4 milhões de usuários e, depois, aumentar esse número em 50%.
Com o lançamento de seu terminal de pagamentos via QR Code, e que remunera a empresa a partir de um percentual de cada transação feita, o Peixe Urbano segue uma estratégia semelhante a de outras empresas digitais que querem atacar o varejo físico.
Casos do Mercado Livre e do iFood, por exemplo. O primeiro já tinha mais de 50 mil estabelecimentos conveniados no ano passado. O aplicativo de delivery, por sua vez, já expandiu sua plataforma além dos restaurantes.
O movimento das empresas brasileiras está alinhado com o mercado. E, neste ponto, não há surpresa. Na Europa e na América do Norte, os gastos dos consumidores por meio de carteiras digitais devem aumentar 40% em 2019 em relação ao mesmo período de 2018. A previsão da consultoria Juniper Research é de que mais de 790 bilhões de dólares sejam transacionados por essas plataformas.
Por aqui, dados da plataforma de pagamentos Adyen apontam que o uso das e-wallets cresceu 65% durante o primeiro trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado. A média global ficou em 40%.
A popularização das carteiras digitais ocorre através de um movimento liderado por gigantes da tecnologia como Samsung, Apple e Google. Apesar de diferentes, todas cumprem o mesmo propósito: permitir transações no varejo físico ou digital diretamente pelo smartphone.
Impulsionadas pelos titãs do mercado de bits e bytes, diferentes empresas também apostaram em carteiras digitais – mais modestas, é verdade. Além do Mercado Livre e do iFood, destaque para a iniciativa da B2W, que controla as marcas Submarino e Americanas.com, com a carteira digital Ame.
O varejo não surfou sozinho nesta onda. E os bancos, que já competem em uma acirrada guerra das maquininhas, também apostaram na tecnologia.
Apenas citando os casos mais recentes, em março, o Itaú lançou uma solução digital para pagar e receber pagamentos utilizando o celular, três meses depois foi a vez do Safra trilhar o mesmo caminho com o lançamento da SafraWallet.
“Estamos em um momento em que muitas empresas querem ter uma carteira digital para chamar de sua. E isso é muito positivo”, afirma Bressan. Segundo o executivo, apesar da chegada dos novos serviços impulsionar o setor como um todo, a rivalidade promete esquentar. “Vai sobreviver quem tiver o melhor reconhecimento e adesão da proposta de valor que está oferecendo."